A nova edição do Barômetro Político, pesquisa da consultoria Ipsos divulgada pela
BBC Brasil mostra que a popularidade do juiz Sergio Moro, responsável pelos
processos na Lava Jato, disparou nos últimos meses. O resultado da pesquisa
apresenta um grande salto na avaliação positiva de Moro em relação a fevereiro de
2016, quando sua aprovação era de apenas 28%. Mesmo levando em conta que o juiz
federal ainda é um ilustre desconhecido para 9% dos brasileiros, Moro alcançou a
extraordinária marca de 65% de aprovação popular num universo de 91% de pessoas
que já ouviram falar seu nome e sobre seu trabalho.
Já o ex-presidente Lula, que nunca desceu dos palanques desde os anos 80 e é conhecido por 100% dos brasileiros, foi rejeitado por nada menos que 66% dos
entrevistados. O levantamento, feito neste mês de fevereiro nas cinco regiões do país,
perguntou aos entrevistados qual opinião sobre 20 personalidades do mundo político
e jurídico. Apenas Moro recebeu apoio da maioria, atingindo 65% de aprovação.
"Moro era muito desconhecido no início da pesquisa, mas a força que a Lava Jato
ganhou e a presença desse nome na mídia converteu esse conhecimento em
aprovação. Ele é o símbolo hoje do combate a tudo aquilo que o brasileiro julga que
está errado na política e na gestão pública", observa Danilo Cersosimo, diretor na
Ipsos Public Affairs e responsável pela pesquisa divulgada pela BBC Brasil.
O diretor da Ipsos afirma que a alta rejeição de Lula, hoje na casa dos 66%, pode
impedi-lo de vencer a eleição presidencial de 2018, caso ele venha a concorrer. Isso
deve depender do nível de rejeição de seus adversários, nota ele.
"Normalmente, um candidato que tem índices de reprovação alto como ele pode até ir
para o segundo turno, mas dificilmente ganha. São raros os casos de reversão de
rejeição. Ganhar uma eleição vai depender do candidato adversário, especialmente se
estiver disputando com alguém de fora da política". "Moro seria um forte candidato,
mas parece improvável que dispute a próxima eleição, já que a Lava Jato ainda deve se
prolongar para além de 2018", observa Cersosimo.