Além de ter sido apontado como o administrador de cerca de R$ 150 milhões em
propinas disponibilizadas ao PT pelo executivo Marcelo Odebrecht, existem outras
acusações que pesam contra o ex-ministro Antônio Palocci. O petista preso na 35ª fase
da Lava jato também é investigado por sua interferência na Sete Brasil, uma empresa
criada por Lula para a 'exploração do pré-sal', mas que serviu na verdade de fachada
para 'explorar' o dinheiro do contribuinte.
A interferência de Palocci apontada pela Polícia Federal se refere à exploração do
petróleo na camada do pré-sal e à constituição da empresa Sete Brasil, onde a
Petrobras tinha participação societária. A Sete Brasil ficaria responsável pela
construção dos navios sondas que participariam das licitações para exploração do pré
sal.
O delegado da Polícia Federal, Filipe Pace, da força-tarefa da Lava jato, afirmou que
Marcelo Odebrecht e Palocci trocavam informações extraoficiais para se atualizarem sobre o andamento das operações da Sete Brasil e da exploração petroleira. Palocci
atualizava Odebrecht via Branislav Kaontic. Dessa forma, Odebrecht soube de convite
para licitação do pré-sal antes da oficialização.
O procurador Deltan Dallagnol já havia apontado que Lula criou empresa apenas para
fraudar licitações na Petrobras. Após uma profunda investigação no modus operandi
da Sete Brasil, os membros da força-tarefa da Operação Lava Jato acreditam que a
empresa, ao ser concebida, contemplava em seu plano de ações elevar preços e fraudar
licitações na Petrobras.
A empresa era a menina dos olhos do ex-presidente Lula. O petista, juntamente com
seu amigo, José Carlos Bunlai e um grupo de executivos da Petrobras, decidiu começar
do zero uma empresa nacional para construir e fornecer sondas para a Petrobras. Com
o aval do ex-presidente, não foi difícil levantar bilhões do governo, dos fundos de
pensão de estatais, bancos e empreiteiras como Odebrecht e Queiroz Galvão.
O negócio prometia ser atraente para todos em face das "facilidades" em aprovar
qualquer contrato por qualquer preço, já que os negócios seriam feitos entre os donos
do clube: governo, Petrobras, empreiteiras e bancos. Tudo combinado. A empresa
criada em 2010 para viabilizar a construção das sondas superfaturadas do présal tem
dívidas que superam os US$ 3,2 bilhões.
O procurador da República Deltan Dallagnol, que atua à frente da força-tarefa da Lava
Jato declarou que "Temos fortes indicativos que as empresas que compunham a Sete
Brasil atuavam em cartel". Dallagnol deu a declaração durante entrevista coletiva na
tarde desta quinta-feira, 28, ao anunciar que foram denunciados 17 alvos de
investigações da Lava Jato. Entre os denunciados, estão o marqueteiro do PT João
Santana e a mulher dele, Monica Moura.
Dallagnol confirmou que as fraudes na licitação para contratação da Sete Brasil e o
cartel das empreiteiras ainda serão alvos de novas acusações no decorrer das
investigações. Até o momento, as investigações apontam que seis estaleiros foram
contratados para fornecimento de 28 navios-sondas no total de US$ 23 bilhões. "Para
cada contrato era paga propina de 1%", afirmou o procurador.
De acordo com as investigações, entre 2008 e 25 de novembro de 2013, a Odebrecht
teria destinado mais de 128 milhões de reais ao ex-ministro e ao PT em propina
referentes aos esquemas de corrupção na Petrobras.
O projeto de criação da Sete Brasil começou pouco antes de Lula deixar a presidência.
Em dezembro de 2010, Lula surfava na onda de transferência de dinheiro público para
o engodo do pré-sal, numa política que teria continuidade garantida durante a gestão
de sua sucessora, Dilma Rousseff.
É claro se tratava de uma empresa de fachada. Não apenas pelo de os sócios não serem
especialistas em fazer algo sofisticado como uma sonda, mas porque o objetivo
inconfesso dos criadores era outro.
Segundo a conclusão do Ministério Público Federal, “A Sete Brasil foi criada a partir
de projeto idealizado e coordenado por Pedro Barusco, João Carlos Ferraz e João
Vaccari (ex-tesoureiro do PT)” “Embora o discurso utilizado para a criação da empresa
tenha sido o de estimular o mercado nacional, o que se observou, na realidade, foi a
implementação e utilização da nova estrutura empresarial como uma forma de
expandir o esquema de corrupção.” A Sete Brasil foi criada para ser uma filial do
petrolão, o esquema de corrupção que desviou bilhões da Petrobras.
Conteúdo: Imprensa Viva