quinta-feira, 9 de março de 2017

Lula criou uma empresa apenas para roubar US$ 23 bilhões em licitações na Petrobras no esquema Bumlai-Palocci-Odebrecht

Além de ter sido apontado como o administrador de cerca de R$ 150 milhões em propinas disponibilizadas ao PT pelo executivo Marcelo Odebrecht, existem outras acusações que pesam contra o ex-ministro Antônio Palocci. O petista preso na 35ª fase da Lava jato também é investigado por sua interferência na Sete Brasil, uma empresa criada por Lula para a 'exploração do pré-­sal', mas que serviu na verdade de fachada para 'explorar' o dinheiro do contribuinte. 

A interferência de Palocci apontada pela Polícia Federal se refere à exploração do petróleo na camada do pré-­sal e à constituição da empresa Sete Brasil, onde a Petrobras tinha participação societária. A Sete Brasil ficaria responsável pela construção dos navios sondas que participariam das licitações para exploração do pré­ sal. 

O delegado da Polícia Federal, Filipe Pace, da força­-tarefa da Lava jato, afirmou que Marcelo Odebrecht e Palocci trocavam informações extraoficiais para se atualizarem sobre o andamento das operações da Sete Brasil e da exploração petroleira. Palocci atualizava Odebrecht via Branislav Kaontic. Dessa forma, Odebrecht soube de convite para licitação do pré­-sal antes da oficialização. 

O procurador Deltan Dallagnol já havia apontado que Lula criou empresa apenas para fraudar licitações na Petrobras. Após uma profunda investigação no modus operandi da Sete Brasil, os membros da força-­tarefa da Operação Lava Jato acreditam que a empresa, ao ser concebida, contemplava em seu plano de ações elevar preços e fraudar licitações na Petrobras. 

A empresa era a menina dos olhos do ex-­presidente Lula. O petista, juntamente com seu amigo, José Carlos Bunlai e um grupo de executivos da Petrobras, decidiu começar do zero uma empresa nacional para construir e fornecer sondas para a Petrobras. Com o aval do ex­-presidente, não foi difícil levantar bilhões do governo, dos fundos de pensão de estatais, bancos e empreiteiras como Odebrecht e Queiroz Galvão. 

O negócio prometia ser atraente para todos em face das "facilidades" em aprovar qualquer contrato por qualquer preço, já que os negócios seriam feitos entre os donos do clube: governo, Petrobras, empreiteiras e bancos. Tudo combinado. A empresa criada em 2010 para viabilizar a construção das sondas superfaturadas do pré­sal tem dívidas que superam os US$ 3,2 bilhões. 

O procurador da República Deltan Dallagnol, que atua à frente da força­-tarefa da Lava Jato declarou que "Temos fortes indicativos que as empresas que compunham a Sete Brasil atuavam em cartel". Dallagnol deu a declaração durante entrevista coletiva na tarde desta quinta-­feira, 28, ao anunciar que foram denunciados 17 alvos de investigações da Lava Jato. Entre os denunciados, estão o marqueteiro do PT João Santana e a mulher dele, Monica Moura. 

Dallagnol confirmou que as fraudes na licitação para contratação da Sete Brasil e o cartel das empreiteiras ainda serão alvos de novas acusações no decorrer das investigações. Até o momento, as investigações apontam que seis estaleiros foram contratados para fornecimento de 28 navios-­sondas no total de US$ 23 bilhões. "Para cada contrato era paga propina de 1%", afirmou o procurador. 

De acordo com as investigações, entre 2008 e 25 de novembro de 2013, a Odebrecht teria destinado mais de 128 milhões de reais ao ex-­ministro e ao PT em propina referentes aos esquemas de corrupção na Petrobras. 

O projeto de criação da Sete Brasil começou pouco antes de Lula deixar a presidência.

Em dezembro de 2010, Lula surfava na onda de transferência de dinheiro público para o engodo do pré-­sal, numa política que teria continuidade garantida durante a gestão de sua sucessora, Dilma Rousseff. 

É claro se tratava de uma empresa de fachada. Não apenas pelo de os sócios não serem especialistas em fazer algo sofisticado como uma sonda, mas porque o objetivo inconfesso dos criadores era outro. 

Segundo a conclusão do Ministério Público Federal, “A Sete Brasil foi criada a partir de projeto idealizado e coordenado por Pedro Barusco, João Carlos Ferraz e João Vaccari (ex­-tesoureiro do PT)” “Embora o discurso utilizado para a criação da empresa tenha sido o de estimular o mercado nacional, o que se observou, na realidade, foi a implementação e utilização da nova estrutura empresarial como uma forma de expandir o esquema de corrupção.” A Sete Brasil foi criada para ser uma filial do petrolão, o esquema de corrupção que desviou bilhões da Petrobras.


Conteúdo: Imprensa Viva