Marcelo Miller trabalha agora no escritório Trench, Rossi &
Watanabe Advogados, no Rio de Janeiro, segundo a Band News. Esse scritório foi contratado pela JBS para negociar os
detalhes da delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista.
Da acusação à defesa
Essa decisão do ex-procurador de deixar o Ministério Público Federal veio ao público no dia 6
de março, véspera da conversa entre Joesley e o presidente Michel Temer
(PMDB), gravada pelo empresário e utilizada na delação.
Até então, Marcelo Miller era, segundo coluna do Estadão , um dos mais duros
procuradores do Grupo de Trabalho do Janot, um núcleo de procuradores especialistas em
direito penal recrutado pelo procurador-geral em 2013 para atuar na Lava Jato.
Ex-diplomata do Itamaraty e considerado um dos mais especializados membros do MPF
em direito internacional e penal, Marcelo Miller esteve à frente de delações como a do ex-diretor
da Transpetro Sergio Machado e do ex-senador Delcídio do Amaral.
Em ambos os episódios, foram usadas gravações secretas. No caso de Delcídio, quem
gravou foi Bernardo Cerveró, o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. E,
na delação de Sergio Machado, vários expoentes do PMDB foram gravados sem que eles soubessem.
Há ainda informações de que Miller seja o criativo por trás de ideias que ajudaram a flagrar
políticos agora acusados, como a colocação de chips em malas de dinheiro e a utilização de
notas numeradas para facilitar o rastreamento da propina.
Em contraponto, no último sábado, Janot emitiu uma nota afirmando que Marcelo Miller
não participou do acordo de delação premiada de Joesley Batista, Wesley e seus
executivos.
fonte: últimosegundoig