O ministro da Justiça, Torquato Jardim, informou que manterá no cargo o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro
Daiello. A PF é vinculada ao ministério.
Grupos políticos faziam pressão para que houvesse a troca na direção da PF.
Questionado sobre o prazo de sobrevida de Daiello, o ministro Torquato Jardim afirmou que o delegado ficará “o tempo
que for necessário” para consolidar o trabalho realizado.
A manutenção de Leandro Daiello no cargo ocorre no momento em que o presidente Michel Temer e outros políticos de
peso do PMDB — incluindo ministros, senadores e ex-deputados — são alvos da Lava Jato e de ações da Polícia
Federal.
Leandro Daiello está no cargo desde 2011.
Na gestão de Daiello, a Polícia Federal investigou políticos diversos, inclusive do PT, no governo Dilma Rousseff, e
do PMDB, no governo Michel Temer.
A pressão do PMDB para o ministro substituir o comando da PF aumentou nas últimas semanas, após a ação que
resultou na descoberta do “bunker” do ex-ministro Geddel Vieira Lima, com R$ 51 milhões. Além disso, o Palácio
do Planalto também não escondeu a irritação com o “vazamento” de um relatório da Polícia Federal sobre o
chamado “quadrilhão do PMDB”.
As conclusões do inquérito serviram de base para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar
nova denúncia contra Temer, desta vez por organização criminosa e obstrução da Justiça.
Carlos Eduardo Sobral, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), afirmou
que, nesse momento, o correto é mesmo a permanência de Daiello.
“Há muita especulação sobre a troca, mas, nesse ambiente de grande instabilidade política, é razoável que o atual
diretor permaneça para a continuidade das investigações que estão em andamento”, argumentou Sobral.