domingo, 17 de setembro de 2017

PEGO NA LAVA JATO, DEPUTADO GAÚCHO ESPALHA CALÚNIAS CONTRA FAMÍLIA DO JUIZ SÉRGIO MORO

O deputado federal gaúcho Marco Maia tornou-se, em maio de 2016, o primeiro nome do PT gaúcho investigado no âmbito da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. 
Hoje, ele se dedica a espalhar calúnias contra o juiz Sérgio Moro. Em um vídeo chamado “A casa caiu para família Moro”, divulgado em sua página no Facebook na última sexta-feira, há acusações caluniosas de um suposto dinheiro ilícito depositado para toda família do juiz. 

Agora, relembre a “bela” história deste deputado na operação Lava Jato. 

Maia surgiu no cenário nacional, em 2016, após ser alvo da operação da Polícia Federal que suspeita de cobrança de “pedágio” das empreiteiras para protegê-las na CPI Mista da Petrobras, conduzida em 2014. Na comissão, Maia era relator e Vital Rêgo, do TCU, o presidente. 

Júlio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, e o ex-senador petista Delcídio Amaral contaram que executivos de empreiteiras investigadas na Lava Jato teriam de repassar recursos para parlamentares para barrarem suas convocações para depoimentos. 

Camargo informou que Maia, que foi presidente da Câmara entre 2011 e 2012, solicitou R$ 500 mil a fim de livrar o consultor da convocação para depor na comissão. 

Na versão de Delcídio, os empreiteiros fizeram uma “força-tarefa” para impedir seus depoimentos. O senador informou o núcleo responsável pelo “pedágio”, que incluía Maia, Vital do Rêgo, ministro do TCU, além do ex-senador Gim Argello (PTB-DF). 

Em um depoimento ao juiz da Sergio Moro em setembro de 2016, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro corroborou as suspeitas da polícia. Segundo o empresário,Maia o procurou em 2014 para cobrar propina de R$ 1 milhão em troca de proteção a sua empresa na CPI que deveria investigar as irregularidades na estatal petrolífera. Léo Pinheiro disse que a OAS fez o pagamento para um empresário indicado pelo parlamentar, que atuaria em campanhas políticas. 

Em 2014, foram instaladas uma CPI Mista e uma CPI no Senado. Nenhuma delas convocou empreiteiros das grandes construtoras para depor. No caso da CPI Mista, o texto final do relator Marco Maia foi aprovado em 18 de dezembro daquele ano e pedia o indiciamento de 52 pessoas. O parecer de Maia foi modificado na última hora e aprovado por 19 parlamentares e com a objeção de oito membros da oposição. 

Maia, por ser deputado, tem foro privilegiado. 

Apartamento em Miami 

Em novembro de 2015, o nome de Maia esteve envolvido em outra polêmica. Segundo a revista Veja, o deputado é dono de um apartamento em Miami avaliado em US$ 671 mil (R$ 2,5 milhões). O imóvel estaria em nome de uma empresa aberta por Alexandre Romano, ex-vereador petista de Americana (SP), o Chambinho. 

Em agosto de 2015, o ex-vereador foi preso pela Lava-Jato por suspeitas de cuidar da distribuição de propina dentro do Ministério do Planejamento, onde a empresa de informática Consist estaria envolvida. Em troca da assinatura de um contrato milionário, a empresa repassava, segundo a acusação, parte do valor recebido para o PT. A escritura do apartamento estava entre o material reunido pelos policiais e que Marco Maia passou férias no imóvel. O petista afirmou à Veja que, a convite de Chambinho, se hospedou no apartamento por 10 dias, mas “uma única vez”. 

Entretanto, em delação premiada, o ex-vereador disse que o verdadeiro dono do imóvel é Maia. O apartamento tem 164 metros quadrados, fica na South Tower at The Point e conta com três quartos e dois banheiros. O prédio faz parte de um condomínio de cinco edifícios situado a poucos metros da praia e proporciona o uso de uma marina e de um spa.

fonte: república de curitiba online