O ex-presidente Lula fez um péssimo negócio em querer usar seu partido como escudo
para se proteger das ações penais que pesam contra ele. Enquanto o petista tenta
correr contra o tempo, a conclusão de julgamentos que devem torná-lo inelegível se
aproximam de seu traseiro como um pavio aceso.
Embora haja um consenso de que o petista será condenado pela segunda vez na Lava
Jato no caso do recebimento de vantagens indevidas da Odebrecht, o julgamento que
mais tem preocupado é o do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, que
deve conformar a sentença já proferida em primeira instância pelo juiz Sergio Moro
por conta do tríplex no Guarujá.
A expectativa é a de que o julgamento do TRF-4 ocorra entre março e abril. Como se
trata de um processo rápido, Lula deve se tornar inelegível ainda no mês de maio. O desembargador Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, concluiu seu voto sobre o recurso de Lula contra condenação de primeira instância no caso do Triplex. Gebran
levou apenas 100 dias para analisar o processo.
Seu voto já seguiu para o revisor e
deve ser julgado na turma no início de 2018.
Uma vez condenado na Segunda Instância, o petista terá a opção de entrar com
recursos e tentar judicializar a sua candidatura, mas será pouco provável obter algum
resultado favorável nas instâncias superiores. Não por conta da devoção dos ministros
do STF, mas sim pela forte pressão da sociedade. Se 88% dos eleitores já não
suportam a ideia de ter um candidato condenado pelos crimes de corrupção e lavagem
de dinheiro na primeira instância, que dirá na segunda.
Neste momento, Lula tem pouco mais de 30% de intenções de votos de um universo
de 35% dos eleitores que declararam suas preferências. Outros 65% dos eleitores
disseram que não sabem em que irão votar em 2018. Na prática, Lula conta com
apenas 11.9% da preferência do eleitorado, enquanto 88% dos brasileiros repudiam
sua participação no pleito.
Desde o início da Operação Lava Jato, a maioria dos brasileiros já sabia que Lula era
um homem liquidado. De lá para cá, o petista se tornou réu em nada menos que seis
ações penais e alvo de outros tantos processos e inquéritos em andamento. Lançar-se
pré-candidato foi uma estupidez. Insistir nesta aventura natimorta é burrice, pois
acaba com as chances do PT de participar do processo eleitoral. De todo modo, Lula e
o PT já entraram neste processo liquidados, Afinal, ninguém em seu juízo perfeito
votaria em um candidato indicado pelo petista, o responsável pela tragédia chamada
Dilma Rousseff na vida dos brasileiros.