O PT entrou em desespero com o anúncio desta terça-feira, 12, de que o Tribunal
Federal Regional da 4ª Região, o temido TRF-4, marcou o julgamento do ex-presidente
Lula no caso do tríplex para o dia 24 de janeiro. Condenado em primeira
instância pelo juiz da 13ª Vara Federal, Sérgio Moro, em 12 de julho deste ano, o caso
de Lula chegou no TRF-4 70 dias depois da sentença que condenou o petista a 9 anos e
seis meses de prisão.
O relator do processo na Corte, o desembargador João Pedro Gebran Neto, levou 142
dias para analisar o caso e definir seu voto. Na esteira do andamento do processo, o
desembargador Leandro Paulsen, que integra o colegiado incumbido de julgar o caso,
vinha avaliando a situação do ex-presidente Lula, concomitantemente ao trabalho
realizado por seus colegas. Esta semana, Paulsen encaminhou seu pedido à secretaria
da 8ª Turma que marcasse a data para o julgamento para o dia 24 de janeiro.
Embora o ex-presidente Lula tenha se tornado alvo principal das investigações da
Lava Jato há mais de três anos, somente agora o processo que pode determinar o
primeiro desfecho para uma vida repleta de crimes chega em uma fase decisiva. Desde
a condenação em Primeira Instância até o julgamento do TRF-4 em janeiro, terão se
passado praticamente nove meses. Este é o tempo médio dos processos da Lava Jato.
Apesar da impaciência dos brasileiros com a morosidade da Justiça e do ritmo normal
dos processos que pesam contra Lula, integrantes do PT estão histéricos e denunciam
que o caso do triplex está tendo uma celeridade acima do normal, apesar dos recursos
da defesa do petista.
Cabe ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), localizado em Porto Alegre,
analisar os recursos do petista após a condenação em primeira instância. Se os
magistrados Leandro Paulsen, Victor Luiz dos Santos Laus e João Pedro Gebran Neto,
relator da Operação Lava Jato na Corte gaúcha, confirmarem a sentença imposta por
Moro, o magistrado poderá pedir a prisão imediata do petista.
Neste caso, Lula será
preso como um criminoso comum, já que não possui qualquer prerrogativa de foro
privilegiado ou nível superior. Uma vez preso, o petista poderá entrar com um pedido
de habeas corpus em instâncias superiores, o que significa que terá que passar ao
menos alguns dias em cana.