quarta-feira, 28 de março de 2018

Eduardo Guardia será o novo ministro da Fazenda

O presidente Michel Temer decidiu acatar a sugestão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e vai colocar Eduardo Guardia, atual secretário-executivo da pasta, no comando do Ministério. Segundo interlocutores da área econômica, a troca será formalizada na terça-feira, quando Meirelles finalmente anunciará que vai deixar o cargo para tentar viabilizar uma candidatura à Presidência da República.

O futuro ministro não era o nome preferido pela ala política do governo. Guardia é considerado “difícil” na hora de negociar projetos e assuntos de interesse de estados e municípios. Outra crítica era que o presidente estaria colocando à frente da Fazenda alguém muito ligado ao PSDB, partido que terá o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como candidato à Presidência. Guardia foi secretário de Fazenda de São Paulo na gestão de Alckmin.

Mesmo assim, prevaleceu no Palácio do Planalto a ideia defendida por Meirelles de que a melhor solução seria deixar na Fazenda seu substituto natural. Guardia, que foi secretário do Tesouro no governo Fernando Henrique e diretor da BM&FBovespa até ir para a equipe de Meirelles, seria um nome bem aceito pelo mercado financeiro e em condições de manter a agenda econômica que vem sendo implementada pelo governo.

Segundo fontes ligadas às Fazenda, Meirelles chamou a equipe e colocou dois nomes sobre a mesa para sua sucessão: Guardia e o do secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria, Mansueto Almeida. A opção foi pelo primeiro.

A tarefa de Guardia à frente da Fazenda, no entanto, será tratar de uma agenda econômica com poucos projetos, mas importantes. O principal deles é a privatização da Eletrobras, que pode render R$ 12,2 bilhões aos cofres públicos em 2018. Com a reforma da Previdência suspensa e a proximidade das eleições, a pauta está limitada hoje à Eletrobras e algumas propostas, como a reoneração da folha de pagamento das empresas, que dará um ganho fiscal de R$ 3 bilhões este ano. Também estão na pauta a reforma do PIS/Cofins, o Cadastro Positivo, o projeto do Distrato (quando o comprador desiste da compra de imóvel), além da Lei Geral de Telecomunicações.

Guardia não foi o primeiro secretário-executivo de Meirelles. O ministro sempre quis que ele fosse o segundo da Fazenda. No entanto, como havia amarras na BM&FBovespa que impediam Guardia de ser anunciado, quando assumiu, Meirelles pediu que Tarcísio Godoy (ex-secretário do Tesouro) ficasse no posto temporariamente até que Guardia fosse liberado.

fonte: O Globo