segunda-feira, 2 de abril de 2018

ESCÂNDALO - Joesley Batista teria usado poder de maior anunciante do Brasil para abafar notícias sobre sobre venda de carne podre ao povo


Os escândalos envolvendo as atividades criminosas do açougueiro Joesley Batista, dono do Grupo JBS, podem ter sido abafados pelos grandes grupos de comunicação do país, como o episódio da venda de carne podre revelado pela Polícia Federal durante a Operação Carne Fraca. Os auto grampos produzidos pelo próprio Joesley Batista que se encontram em poder da Procuradoria-Geral da República entregam muito mais do que o destacado pela imprensa em suas manchetes. O súbito silêncio dos meios de comunicação sobre as investigações envolvendo a comercialização de carne podre pelo grupo sequer foi percebido pela população.

Em um dos grampos, Joesley Batista mantém uma conversa “nada republicana” com o Senador tucano Aécio Neves. Nos áudios, fica evidente a “operação abafa” tramada pela JBS contra a operação Carne Fraca. A investigação passou a ser duramente criticada pelos grandes grupos de comunicação do país já no dia seguinte à deflagração da Operação, deflagrada no dia 17 de março de 2017. Exatamente dois meses depois, a Globo vazava uma transcrição falsa de uma conversa gravada por Joesley Batista com o presidente Michel Temer. Na transcrição falsa usada pela Globo para pedir a renúncia de Temer e proteger Joesley, haviam trechos nos quais o açougueiro falava abertamente sobre propina com o presidente, dizia que estava pagando uma mesada de R$ 500 mil ao ex-deputado Eduardo Cunha e ainda fazia pressão sobre o presidente para resolver 'logo' problemas de seu grupo empresarial estaria enfrentando com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O fato é que a operação sucumbiu ao gigantesco volume de peças publicitárias veiculadas pela JBS nos grande meios de comunicação.

As propagandas da JBS inundaram os meios de comunicação nos dias que antecederam a divulgação da transcrição falsa da conversa entre Joesley Batista e Temer divulgada pela Rede Globo. 

Neste ponto, a Operação Carne Fraca foi esquecida e a emissora colocou todos seus empregados, blogs de aluguel, artistas e comentaristas para pedir a renúncia imediata de Temer.

Foram convocadas manifestações em Brasília. O PT, juntamente com a CUT, MST e outros representantes da esquerda conseguiram levar nada menos que 500 ônibus para Brasília no dia 24 de maio. Não se sabe de onde saiu tanto dinheiro para bancar uma das maiores manifestações registradas no país desde o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Manifestantes profissionais, baderneiros treinados com técnicas de guerrilha incendiaram três ministérios e avançaram com relativa facilidade rumo ao Palácio do Planalto. 

O presidente Michel Temer foi forçado a editar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, (O GLO) para convocar as Forçar Armadas para proteger o patrimônio da União. Não se sabe o que teria acontecido naquele dia, caso os manifestantes raivosos tivessem conseguido adentrar no Palácio do Planalto, onde se encontrava o Presidente e seus ministros.

Nenhum destes fatos foi ainda devidamente apurados pela Polícia Federal, STF ou PGR. No momento, todos os envolvidos estão livres. 

Curiosamente, a relação do PT de Lula e Dilma com o grupo JBS-Friboi sempre foi alvo de suspeitas por parte da população. Foi justamente durante os governos petistas que a empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista prosperou de forma meteórica, assim como outros grupos envolvidos nos esquemas de corrupção durante os governos de Lula e Dilma, como a EBX de Eike Batista, a Odebrecht e o banco Pactual de André Esteves.

A Friboi contava com a proteção dos governos petistas e tinha pleno acesso ao dinheiro do contribuinte através do BNDES, Caixa Econômica e Fundos de pensão. O poder econômico do grupo controlado por Joesley Batista tinha poder não apenas para abafar as notícias de que vendiam carne estragada para a população, como também influenciar meios de comunicação e autoridades no episódio mais vergonhoso da história da República, quando criminosos conseguiram firmar um vergonhoso acordo de delação premiada com vistas a garantir a impunidade e derrubar um governo.

Além de ser o maior anunciante do Brasil, Joesley era também o maior doador de propina para políticos e partidos do país. Pelo menos 170 parlamentares se elegeram com dinheiro repassado direta ou indiretamente pela JBS. 

Seu grupo também teria sido responsável pela campanha de ministros do STF e garantido emprego para membros da PGR, como o ex-braço direito do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que deixou o país logo que o escândalo do acordo de delação com os criminosos veio à tona, denunciado pelo presidente Michel Temer.

Apesar de tudo, o poder do empresário Joesley Batista continua surpreendendo o país. O criminoso e seu grupo confessaram centenas de crimes, que segundo o Estadão, lhes renderiam condenações em torno de 2 mil anos. Mesmo assim, todos continuam livres, após poucos meses na cadeia.