domingo, 29 de abril de 2018

Joesley Batista deu mansão de R$ 15 milhões de presente para turma de denunciou Temer


Os envolvidos na segunda denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, também derrotada na Câmara dos Deputados, fizeram parte de um esquema que prosperou justamente durante os governos de Lula e Dilma. Gente como Joesley Batista,  Fábio Cleto e Lúcio Funaro, que operavam na Caixa Econômica mediante pagamento de propina por obter benefícios no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS).


A denúncia apresentada por Janot apontava que afirma apenas no caso da liberação de R$ 940 milhões em financiamento do FI-FGTS para a Eldorado Celulose, do grupo J&F de Joesley Batista, rendeu R$ 33 milhões em propinas. Esse dinheiro teria sido dividido entre Lúcio Funaro, Eduardo Cunha, Fábio Cleto, Henrique Alves e Michel Temer. Estranhamente, o nome do ex-ministro de Lula e Dilma, Geddel Vieira Lima, não aparece como um dos beneficiários do esquema, nem ninguém do PT.



Funaro teve várias propostas de delação recusadas pelo Ministério Público Federal, assim como ocorreu com o publicitário Marcos Valério, que fez parte do esquema do mensalão do PT, o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS que teria citado favores a Dias Toffoli, ministro do STF, Eduardo Cunha e o ex-ministro Antonio Palocci, que delatou a participação de Dilma e Lula em esquemas criminosos na Petrobras. Como todas as tratativas envolvendo acordos de delações são sigilosas, não se sabe bem os motivos pelos quais o MPF se negou a firmar acordos com delatores com enorme potencial de comprometer gente do PT, como o próprio Funaro e Palocci, que finalmente conseguiu firmar um acordo esta semana com a Polícia Federal esta semana.



Furaro era tratado como um grande mentiroso, descontrolado e perigoso. Durante as primeiras tratativas, logo após sua prisão, a ex-mulher do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, Adriana Balalai Cleto confirmou, em depoimento prestado por videoconferência à Justiça Federal, que o doleiro Lúcio Bolonha Funaro ameaçou atear fogo na residência do casal com os filhos deles dentro.



Ninguém na PGR levava Funaro à sério. O delator, que pode ter ameaçado gente graúda no PT, passou a ter credibilidade justamente após a derrota da primeira de núncia de Rodrigo Janot contra Temer, que teve como base a gravação feita por Joesley Batista. Funaro foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Sépsis, em julho de 2016, uma das cinco operações da Polícia Federal que tiveram como principal alvo o Grupo JBS do empresário Joesley Batista.



A situação de um dos donos do frigorífico Friboi, Joesley Batista, fica cada vez mais complicada, na medida em que novos detalhes revelados pelo delator e ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, são revelados. Além de seu envolvimento nas fraudes dos fundos de pensão, o executivo queridinho dos governos petistas é investigado em outras frentes na justiça.



A casa de Joesley Mendonça Batista, no bairro Jardim Europa, em São Paulo, foi alvo recente de uma Operação da Polícia Federal autorizada Supremo Tribunal Federal (STF) e coordenada pela Procuradoria Geral da República (PGR). Uma das empresas de Joesley, a Eldorado Brasil Celulose, foi apontada pelo delator Fábio Cleto como uma das pagadoras de propina. Ele disse que recebeu R$ 680 mil para montar operação de R$ 940 milhões. A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão no endereço da empresa na marginal Tietê, em São Paulo, no mesmo prédio onde funciona a JOB/Friboi. Outra curiosidade é que as operações da Polícia Federal contra Joesley Batista e seu grupo começaram justamente após a queda da ex-presidente Dilma Rousseff.



O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto afirmou em delação premiada firmada com Ministério Público Federal que Joesley Batista deu uma mansão de presente ao doleiro Lúcio Funaro como pagamento de propina por obter benefícios no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS). Segundo Cleto, a informação foi dada para ele por Alexandre Margotto, sócio de Funaro. A mansão no Jardim Europa, em São Paulo. é avaliada em R$ 15 milhões.



Sob o governo Temer, Joesley Batista e seu grupo foram alvos da  Operação Sépsis 07/2016,   Operação Greenfield, 10/2016,  Operação Cui Bono?, 01/2017,   Operação Carne Fraca, 03/2017 e a Operação Bullish, em maio de 2017, período em que Joesley já estava enfiado no gabinete de Janot tramando para se livrar da prisão iminente na Lava Jato.



Funaro foi preso na no dia 1º de julho de 2016, juntamente com o vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, na Operação Sépsis, que investigava um esquema de arrecadação de propinas de grandes empresas que, para executar projetos milionários, recorriam ao Fundo de Investimentos do FGTS (FI/FGTS). Entre as maiores beneficiárias do esquema, estavam justamente a Odebrecht e a JBS de Josely Batista, os maiores financiadores de campanhas do PT de Lula e Dilma. Em suas delações, tanto Marcelo Odebrecht quanto Joelsey Batista confirmaram que reservaram somas bem próximas para Lula e Dilma. Marcelo Odebrecht afirmou que destinou R$ 300 milhões e Joesley Batista afirmou que movimentou mais de R$ 300 milhões para Lula e Dilma no exterior.



É no mínimo curioso que Janot tenha denunciado justamente o presidente Michel Temer, sem que nenhum destes delatores tenha afirmado que deu algum dinheiro para o presidente, ao contrário do que disseram sobre Lula e Dilma.



Em sua delação, Fábio Cleto, confirmou que nunca teve contato a não ser social com Temer, mas disse que o ex-deputado Eduardo Cunha havia lhe dito que Temer sabia do esquema. Cunha desmentiu a delação de Fábio Cleto e assegurou que Temer não tinha qualquer envolvimento nos esquemas da Caixa e que as nomeações das diretorias que beneficiaram a JBS de Joesley Batista passavam pelo crivo do PT de Lula e Dilma.



Em sua primeira delação, Fábio Cleto tambémnão mencionou o envolvimento de Temer. O nome do presidente só apareceu após em sua delação após o fiasco da primeira denúncia de Janot. Na primeira delação, Fábio Cleto revelou detalhes sobre uma viagem pelo Caribe ao lado de Joesley Batista e Lúcio Funaro, em 2011. Cleto estava em Atenas, na Grécia, quando encontrou Joesley e Funaro.



"De lá decidiram, de última hora, realizar uma viagem a Saint Barth, uma ilha paradisíaca no Caribe. Como o avião em que estavam era grande demais, optaram por aterrissar numa ilha próxima e seguir para Saint Barth por meio de uma lancha. De acordo com Cleto, Joesley mandou buscar, num jato executivo operado pela JBS, as mulheres dos três no Brasil, para que se juntassem ao tour no Caribe."



O empresário Joesley Batista já havia sido indiciado por um esquema de lavagem de dinheiro no Banco Rural, o mesmo que circulava a propina que financiava o esquema do mensalão do PT, que resultou na prisão de José Dirceu.



Fábio Cleto também afirmou que Joesley Batista deu uma mansão de presente ao doleiro Lúcio Funaro como pagamento de propina por obter benefícios no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS). Segundo Cleto, a informação foi dada para ele por Alexandre Margotto, sócio de Funaro. A mansão no Jardim Europa, em São Paulo, foi avaliada na época em R$ 15 milhões.



O curioso em todo este rolo é que o nome de Michel Temer só começou a aparecer nas delações após Joesley Batista ter corrido para bater na porta da PGR e negociar com Janot e seus auxiliares um acordo de delação mirabolante para escapar da prisão, após ter sido alvo de cinco operações da Lava Jato durante o governo Temer, registra o site Imprensa Viva.



É conveniente ressaltar que o valor da JBS saltou de R$ 19 bilhão para até R$ 170 bilhões durante os governos do PT de Lula e Dilma, graças ao acesso facilitado ao dinheiro do povo no BNDES, Caixa, etc. Por meio da JBS, Joesley Batista era o maior financiador do PT e também o maior anunciante da Rede Globo, a mesma que vazou uma transcrição falsa da gravação de Joesley com Temer e colocou todos seus empregados para pedir a renúncia do presidente, enquanto o próprio Joesley faturava milhões especulando com o caos que se instalou no mercado financeiro após o vazamento da transcrição falsa da Globo. Desde então, os mesmos grupos atuam para desestabilizar o governo, incluindo setores do MPF, STF e Polícia Federal, enquanto Joesley Batista continua, aparentemente sendo blindado pelos mesmos grupos. Talvez, o maior erro de Temer tenha sido ousar mexer com interesses de gente tão poderosa.