domingo, 29 de abril de 2018

Logo que Dilma e o PT foram banidos poder, Joesley Batista passou a ter problemas. Sob Temer, foi alvo de 5 operações da PF


A corrida do empresário Joesley Batista para bater na porta do ex-procurador-geral da República no início do ano de 2017 parece ter uma explicação bastante plausível. Logo que a ex-presidente Dilma Rousseff e o PT foram enxotados do poder, o empresário se tornou alvo de cinco megaoperações da Polícia Federal logo nos primeiros meses do governo Temer, em 2016.

O dono do grupo JBS prosperou durante os governos do PT de Lula e Dilma, e conseguiu transformar o pequeno frigorífico Friboi, que valia cerca de R$ 1.9 bilhões em meados do primeiro mandato do ex-presidente Lula, foi transformado no gigante J&F, que alcançou o valor de R$ 170 Bulhões no final do primeiro mandato da ex-presidente Dilma, em 2014.

O presidente Michel Temer assumiu o comando do país e da Polícia Federal em maio de 2016. Dois meses depois, Joesley Batista e as empresas dirigidas por ele se tornaram alvos da primeira, de cinco operações da Polícia Federal desde 2016.

A primeira foi a Operação Sépsis, deflagrada em 1º de julho de 2016. A Polícia Federal investigava Joesley e seu grupo por um esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal.

Dois meses depois, Joesley se tornava alvo da Operação Greenfield, deflagrada pela Polícia Federal em setembro de 2016. O empresário e seu grupo foram alvos de uma investigação sobre fraudes em fundos de pensão.

Operação Cui Bono? foi deflagrada pela Polícia Federal em 13 de janeiro de 2017. O grupo de Joesley Batista foi alvo de uma investigação sobre um esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa e que envolvia políticos, funcionários da estatal, empresas e empresários. Segundo as investigações e o MPF, a JBS e o Grupo Bertin, adquirido pela primeira empresa, se beneficiaram do esquema criminoso para obter recursos junto à Caixa.

Dois meses depois, era deflagrada a famosa Operação Carne Fraca, realizada em março de 2017, na qual o grupo comandado por Joesley Batista era investigado pela comercialização de carne estragada. A PF identificou irregularidades em 21 frigoríficos controlados pela JBS. Joesley e seus subordinados foram investigados por supostos pagamentos de propina a fiscais sanitários do Ministério da Agricultura e por vender carne de qualidade duvidosa para a população.

Nem dois meses se passaram, e Joesley Batista e seu irmão foram alvos da Operação Bullish, realizada em 12 de maio de 2017 para investigar fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através BNDESPar, braço de participações do banco, ao frigorífico JBS.

Enquanto era investigado em tantas operações, Joesley Batista, o maior financiador do PT e maior anunciante da Rede Globo foi bater na porta de Rodrigo Janot. Saiu de lá poucos dias depois com um controverso acordo de delação premiada, no qual foi perdoado por todos os seus crimes.

Joesley foi auxiliado pelo então braço direito de Janot na PGR, Marcelo Miller, que atuou como agente duplo na defesa dos interesses do empresário. A trama engendrada no coração da PGR envolveu uma série de operações suspeitas, provas foram forjadas com a conivência direta de Janot, que usou o acordo com o criminoso para denunciar o presidente Michel Temer. Seria o troco de Janot e Joesley contra o presidente? Temer havia negado conceder o terceiro mandato a Janot e Joesley havia se tornado alvo de uma série de  investigações que poderiam levá-lo à prisão sob o comando de Temer na Polícia Federal.

Há suspeitas de que milhões circularam por baixo dos panos para promover a mais vergonhosa conspiração da história da República, inclusive com a participação da Rede Globo, que divulgou uma transcrição totalmente falsificada da gravação na qual Joesley não conseguiu arrancar nada de comprometedor contra o presidente. Frustrados pela falta de intimidade do açougueiro com o presidente para falar abertamente sobre dinheiro, como em outras gravações nas quais Joesley  trata descaradamente sobre propinas, os vazadores da notícia da Globo inventaram uma série de falas que jamais existiram.

No mesmo dia, a Globo colocou todos seus empregados para pedir a renúncia de Temer. Não se sabe até hoje se o propósito do grupo de comunicação era salvar a pele de seu maior anunciante ou também se vingar do presidente por ter cortado as generosas verbas de publicidade praticadas durante os anos de ouro da corrupção do PT. É possível intuir que todos os demais que embarcaram na aventura de Janot e Joesley tinham algum motivo para apostar na derrubada do governo. A sociedade até hoje não engoliu esta triste passagem da história do país.

Com informações do site Imprensa Viva