quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Conselho de Psicologia usa dinheiro público para defender criminosos

Definitivamente, a psicologia no Brasil foi assaltada por uma geração de militantes políticos e ideológicos que decidiram transformar nossa profissão em um palanque para promoção de interesses pessoais e partidários, utilizando recursos públicos. Até quando os colegas psicólogos, cada vez mais abandonados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), vão admitir que a ciência psicológica no Brasil definhe ao ponto de ser bandeira de partidos políticos e movimentos sociais?
O Conselho Federal de Psicologia, obviamente os gestores que estão administrando o órgão, assim como os Conselhos Regionais, vêm atuando de forma descarada contra a própria legislação que regulamenta a função das autarquias no Brasil. Com posicionamentos públicos através de “notas de repúdio”, criação de seminários, participação em “marchas” e outras atividades, o órgão comete desvio de finalidade ao entrar no mérito de opinar sobre questões de ordem social que não possuem qualquer consenso na sociedade, entre os próprios psicólogos e muito menos na ciência em geral.
Na maioria das vezes são posicionamentos em defesa do aborto, descriminalização da maconha, da promoção da ideologia de gênero, ao mesmo tempo em que se manifesta contra a existência de comunidades terapêuticas para o tratamento da dependência química (porque a maioria é mantida por igrejas), da liberdade religiosa dos psicólogos que se declaram cristãos e defendem visões conservadoras, como eu, e até contra condenações na esfera criminal, práticas essas que são proibidas para um Conselho Profissional.
O caso mais recente e estarrecedor foi a nota pública que o Conselho Federal de Psicologia emitiu no dia 24/07/2018, contra a condenação judicial de 23 ativistas que vandalizaram o patrimônio público nos protestos de 2013 e 2014, ateando fogo em objetos, depredando lojas e desacatando a autoridade policial. Os militantes do CFP tiveram a ousadia de citar o nome do magistrado que proferiu a sentença, dizendo que o “Conselho Federal de Psicologia vem a público manifestar indignação frente à decisão do Juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª. Vara Criminal do Tribunal de Justiça, do Rio de Janeiro, no dia 17 de julho de 2018, em condenar à prisão 23 ativistas de direitos humanos, envolvidas e envolvidos nos protestos”.
Sim, senhoras e senhores! Os militantes no CFP chegaram ao absurdo de usar o nosso dinheiro, verba pública destinada para a regulamentação e fiscalização da nossa profissão, para se posicionar contra a justiça brasileira, em favor de pessoas que atentaram contra a ordem pública e por isso foram devidamente condenadas à prisão. O trecho abaixo é para causar náuseas e revirar o estômago de qualquer psicólogo minimamente preocupado com a situação da psicologia no Brasil:
“Tanto a acusação quanto o ato de condenação foram atitudes arbitrárias no campo da segurança e da justiça, e ocorreram a partir de elementos que não configuram provas concretas. A politização do Direito e a lógica punitivista operam, nesta condenação, como uma ameaça à democracia e ao direito de protesto de qualquer cidadã e cidadão”.
Agora me falem senhores legisladores, autoridades judiciais e representantes desse país, desde quando a função legal do Conselho Federal de Psicologia é julgar o mérito de uma decisão judicial na esfera criminal? Desde quando um Conselho Profissional possui a competência constitucional para emitir uma nota pública condenando a sentença de um juiz de direito? Porque foi exatamente isso o que os gestores dessa autarquia fizeram nessa nota, especialmente no trecho acima, dizendo explicitamente que o juiz emitiu uma condenação sem provas. É para isso que está servindo a anuidade paga pelos psicólogos?
A nota ainda defende que depredar o patrimônio público e privado, agredir e desacatar a autoridade policial são “expressões aceitáveis de um exercício pleno da liberdade de expressão e da cidadania ativa”, comparando a condenação ao período da “ditadura”, em um claro discurso político-ideológico fajuto e contrário ao sistema judiciário do país. É esse tipo de Conselho Profissional, com uma administração vergonhosa, que psicólogos do Brasil inteiro sacrificam horas e mais horas de trabalho para conseguir pagar anuidades, se qualificar e se sustentar e, no final das contas, verem a profissão pela qual passaram anos da vida estudando, sendo prostituída ilegalmente por outros “profissionais” que não possuem metade da qualificação que nós psicólogos temos, oferecendo “terapias” e outras práticas totalmente questionáveis.
É esse tipo de gestão que está alienando os estudantes de psicologia dentro da sala de aula, já durante a graduação, através de professores comprometidos com ideologias e não com a ciência. Uma gestão que persegue profissionais como eu, que denunciam esse aparelhamento ideológico na psicologia e estão cansados de ver a nossa profissão sendo dia após dia diminuída e vista por muitos na sociedade como uma ferramenta de doutrinação para movimentos como o LGBT e o feminista. Repito, é para isso que serve o dinheiro das nossas anuidades?
Apelo aos psicólogos e estudantes de psicologia
Quando decidi escrever sobre este assunto, fiz isso com o apoio de vários psicólogos que, assim como eu, estão indignados com a forma como a psicologia está sendo violentada no Brasil pelos ativistas infiltrados nos Conselhos. Queremos deixar claro que não aceitaremos esse tipo de manipulação da profissão em nome de interesses pessoais, de grupos e ideologias políticas. Vamos recorrer a todos os meios legais para denunciar, investigar e processar, segundo o que a lei permitir, os Conselhos de Psicologia que continuam cometendo atos abusivos de violação de competência e perseguição ideológica contra os nossos colegas.
Estamos convocando os psicólogos e estudantes de psicologia para nos ajudarem a monitorar a atividade dos Conselhos Regionais e Federal, a fim de podermos reunir um conjunto mais do que suficiente de provas para serem encaminhadas ao Ministério Público Federal e para a bancada de alguns parlamentares, colegas nossos comprometidos com o cumprimento da lei nesse país, para que seja aberta uma investigação contra o uso indevido dos cargos públicos nos Conselhos de Psicologia. Já que o CFP não cumpre o seu papel de fiscalizar a profissão, porque ele mesmo viola sua competência e não serve de modelo para a diversidade de pensamento dos psicólogos, nossa alternativa é nos organizar e fazer nós mesmos esse papel.
Para entrar em contato e enviar a sua denúncia, coloque o máximo possível de informações e mande para o email: denunciadepsicologoscfp@gmail.com

fonte: site Conexão Política