quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil!

Para não esquecermos o valor da conquista eleitoral que o país obteve nas urnas neste histórico ano de 2018, é indispensável relembrarmos o pernicioso conjunto de episódios históricos que nos conduziu até aqui.
No dia 15 de novembro de 1889, a coroa, o povo e a identidade brasileira sofriam o primeiro burlesco golpe de sua história como nação independente. Deodoro da Fonseca, Quintino Bocaiuva, Benjamin Constant e sua trupe de positivistas da praia vermelha engendravam o que metamorfosear-se-ia numa cataclísmica hecatombe, delirantemente romantizada em epopeica redenção nacional das garras da ímpia família imperial. Os capítulos seguintes desta nauseabunda trama todos nós conhecemos: após o efêmero e enfermiço período Deodorístico, o show de aberrações protagonizado pelo sanguinolento governo de Floriano Peixoto abriu com vivas e honras nossa enternecedora história republicana.  
Em novembro de 1930, mais precisamente às 15 horas do dia primeiro, assaltava o poder Getúlio Vargas, introduzindo assim o segundo golpe de estado nas constrangidas páginas da biografia política nacional. Durante obscuros e perturbadores quinze anos, Vargas acaudilhou o país entre o período do dissimuladamente denominado ‘Governo Provisório’, o período não menos sarcasticamente batizado de ‘Governo Constitucional’ e o mefistofélico ‘Estado Novo’ que de novo teve muito porcamente o nome, e nada mais.
Mais tarde, em 1945, por meio do voto direto, Getúlio Vargas conquista sua eternização de três anos e meio no Palácio do Catete, estendendo aos limites do impossível o segundo movimento ideológico-revolucionário da tão cambaleante e jovial república. 
No dia 1º de abril de 1964, nossa arlequinada republiqueta sofria sua terceira amotinação, desta vez concebida como um contragolpe ao avanço comunista, tão necessário como o antibiótico que debela uma ardente infecção e tão temerário quando mal administrado é. Talvez, desde 1889, a primeira oportunidade de despoluir o governo de pseudo-ideologias, o contragolpe ou a contrarrevolução de 64 revelou-se um colossal fiasco. Após mais de 20 anos no poder, os militares entregaram nas gostosas mãos dos comunistas um país pronto para a implementação da hegemonia cultural de Antonio Gramsci: um estado aparelhado, uma capital distante do povo e um povo carecido e ávido por um santificado estado provedor de tudo. Foi a combinação perfeita.  
Em 22 de setembro de 1988, é aprovada na Assembleia Nacional Constituinte a Constituição Federal de 88. É a glória do partido comunista. Alinhavada ideologicamente com as ditaduras sul-americanas e com a Internacional Comunista, a liderança política brasileira, já muito bem afeiçoada à implementação da hegemonia cultural gramsciniana, inicia aquele que se tornaria o período mais calamitoso para a identidade nacional brasileira, o período do aparente infindável e absoluto poder da esquerda social-democrata. No dia 1º de Julho de 1990, esse desígnio é estruturado em movimento coordenado internacional, fetidamente instrumentado sob nossos narizes pela longânime cúpula comunista latino-americana: Fidel Castro, Hugo Chávez, Lula da Silva e Manuel López Obrador. Este movimento é intitulado ‘Foro de São Paulo’. É iniciada aí a apocalíptica caminhada rumo ao terror, à violência, ao nebuloso estado de coisas que só uma sociedade completamente desorientada, olvidada, arruinada, alheia aos seus valores vitais é capaz de conquistar. Assim é posto em prática o 4º e mais atroz golpe já sofrido na história brasileira.
Após 129 anos de incontáveis infelicidades, inconcebíveis desperdícios de vidas e faraônicos projetos de poder, finalmente, a República Federativa do Brasil tem a oportunidade de iniciar seu primeiro governo de caráter verdadeiramente conservador e comprometido com a restauração dos valores e da identidade nacional. Como muito bem escrito por Evaristo da Veiga em 1822: Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil!

texto por Alain Ibrahim, pesquisador, escritor e colunista do site Conexão Política