Uma das primeiras medidas do presidente Michel Temer, quando ainda estava na
interinidade, foi encomendar que seus ministros fizessem um levantamento completo
sobre as obras federais que estavam paralisadas. Segundo a assessoria do Palácio do
Planalto, o tema sobre a transposição do Rio São Francisco foi umas das prioridades
estabelecidas pelo Palácio do Planalto durante várias reuniões de Temer com
lideranças políticas.
No levantamento feito por assessores da Presidência, o governo encontrou “milhares”
de obras inacabadas pelo país. Nas contas do governo, entretanto, cerca de 20 projetos
são considerados “grandes obras” e precisavam ser retomados imediatamente.
O “cemitério de obras inacabadas” deixadas pela administração petista somavam cerca
de R$ 250 bilhões em restos a pagar. Temer então pediu que os governadores
apontassem obras que eles consideravam prioritárias nos estados financiadas com recursos federais.
“[O andamento das obras] retoma a criação de empregos e renda, e demonstra o seu
compromisso [de Temer] para uma solução definitiva para as obras inacabadas e para
os restos a pagar”, disse Renan ao chegar ao Senado depois da audiência no Palácio do
Planalto.
Transposição do São Francisco
Temer exigiu atenção especial ao projeto de transposição do rio São Francisco, obra
com orçamento bilionário que teve início em 2007 – durante o governo Lula, mas
sofreu atrasos constantes até a paralisação total durante o governo Dilma.
Temer deixou claro que pretendia concluir com mais rapidez o projeto a transposição
do São Francisco. Na ocasião, ainda como presidente interino, Temer classificou o
projeto como prioridade por sua importância estratégica que prevê a distribuição de
água do rio para 12 milhões de pessoas em Pernambuco, no Ceará, na Paraíba e no Rio
Grande do Norte de "obra emergencial, fundamental, importantíssima e inadiável".
A previsão inicial era de que a obra fosse concluída em 2014, mas após uma série de
adiamentos, atualmente, a previsão é que o projeto chegue ao fim até o início do
próximo ano. Inicialmente, a transposição havia sido orçada em R$ 4,5 bilhões, mas o
custo da obra já alcançou R$ 8,2 bilhões. Em abril, de acordo com dados do governo
federal, a parte mais importante da obra havia sido completamente abandonada.
Temer acabou fazendo em pouco mais de seis meses aquilo que Dilma não conseguiu
fazer em cinco anos. Ainda como presidente interino, Temer determinou uma das
medidas mais importantes de todo o projeto: Ao lançar o Plano Novo Chico em junho
do ano passado, Michel Temer disse que, sem a revitalização do São Francisco, as
ações de transposição não teriam a eficiência desejada para a população que vive ao
longo da bacia deste rio que percorre áreas do Nordeste e de Minas Gerais. Números
apresentados pelo governo indicam que o projeto como um todo tem potencial para
beneficiar cerca de 12 milhões de pessoas, dos quais 400 mil são ribeirinhos da Bacia
do São Francisco. Água suja e pouca não resolve o problema dessa gente, afirmou
Temer a um interlocutor.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, ao dar andamento às obras de
saneamento e de abastecimento, o governo buscou beneficiar o mais rápido possível
cerca de 217 municípios e liberou recursos suficientes para as ações de proteção e
recuperação de áreas de preservação permanente e da recuperação e controle de
processos erosivos. Tudo isso só foi possível graças ao equilíbrio das contas públicas alcançado pela equipe econômica.
Segundo analistas, a continuidade do governo Dilma provocaria um aprofundamento
da crise econômica e o país dificilmente teria dinheiro para tocar o projeto, que era
uma reserva estratégica do PT para as eleições de 2018. Por falta de interesse das
empreiteiras ligadas ao PT, as obras, iniciadas do governo do ex-presidente Lula,
quase não avançaram durante o governo Dilma.
Conteúdo: Imprensa Viva