O estrago provocado pelo executivo Marcelo Odebrecht na vida de Lula, Dilma e do PT
não se limitou a confirmação de que todos no partido, por razões óbvias, tinham
conhecimento sobre o esquema de corrupção entre sua empresa e o governo federal,
que era controlado justamente pelos beneficiários dos esquemas criminosos.
Marcelo deixou claro que, embora sua empresa tenha participado ativamente do
esquema criminoso, não haveria como a Odebrecht se envolver em tantos crimes na
esfera federal sem o aval de Lula e Dilma, que comandaram o governo por mais de 13
anos.
Mas o executivo reservou outras surpresas para seu depoimento desta quarta-feira, 1,
à Justiça Eleitoral. Além de confirmar que a quase totalidade do recursos destinados
pela empresa para a campanha de chapa Dilma em 2014 tiveram como origem o caixa 2.
Marcelo confirmou que a ex-presidente tinha total controle sobre a distribuição dos
pagamentos de propina,inclusive os que foram feitos ao marqueteiro do PT, João
Santana. Segundo o executivo, maior parte dos recursos destinados ao marqueteiro
era feita em espécie. Outra parte foi transferida para contas do publicitário no
exterior.
A outra surpresa foi a confirmação de repasses de propina ao ex-deputado Eduardo
Cunha (RJ). Neste ponto, Marcelo Odebrecht estabeleceu um forte vínculo entre
Cunha e Lula, já que os repasses de propina feitos pelas empresas do grupo eram
contrapartida a vantagens obtidas junto aos governos petistas. Logo, não haveria
como beneficiar Cunha isoladamente, sem o aval do ex-presidente Lula, o controlador
de todo o esquema de corrupção no governo.
Talvez esta seja a razão pela qual o expresidente Lula nunca tenha atacado, criticado
ou apontando para a figura de Eduardo Cunha de forma agressiva. Cunha é acusado
de ter recebido U$ 5 milhões em propina por negócios da Petrobras na África. Como
um desafeto do governo se beneficiaria em um esquema através de uma empresa
controlada por este governo? Esta é a pergunta que nem Eduardo Cunha nem Lula
querem responder.
fonte: Imprensa Viva