quinta-feira, 13 de abril de 2017

Renan Calheiros é citado em ao menos quatro inquéritos

O senador e ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) é citado em pelo menos quatro inquéritos autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

No inquérito 4.464, o senador é suspeito de ter recebido R$ 500 mil de propina, com o objetivo de “realizar um acordo de mercado entre as empresas que participariam da obra canal do sertão alagoano”. Segundo o inquérito, ele recebeu o dinheiro um hotel de Maceió.

O valor teria sido pago pelo departamento de propina da Odebrecht. Renan vai ser investigado por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

O inquérito 4.437, afirma que Renan teria recebido da Odebrecht a quantia de R$ 4 milhões junto com o também senador Romero Jucá para facilitar a a aprovação de medidas provisórias favoráveis aos interesses da companhia e posterior conversão em leis.

Em outro inquérito, o 4.389, Renan aparece envolvido em um esquema com a Braskem. O Senador é suspeito de ter pedido R$ 1,2 milhão em doação para o PMDB. Deste valor, R$ 800 mil teriam sido repassados para a campanha ao governo do estado de Alagoas de seu filho, Renan Filho.

Em troca, ele facilitaria a aprovação de legislação favorável aos interesses da empresa.

Por fim, no inquérito 4.426, Renan aparece indiretamente. De acordo com o documento, o Senador Romero Jucá é suspeito de pedir R$ 5 milhões em propina, e "afirmava falar em nome também do Senador da República Renan Calheiros."

O valor teria sido repassado pelo “Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrechet, sendo associado no sistema “Drousys”ao tema “exportação”, o que indica, na visão da ProcuradoriaGeral da República, “que o pagamento se deu em contrapartida à aprovação da MP que cuidava de créditos no exterior.”

Em nota, Renan disse que "abertura dos inquéritos permitirá que eu conheça o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações. Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não significa condenação prévia ou atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro".

A PGR fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht. Fachin autorizou inquéritos para investigar ministros, senadores, deputados e governadores, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo".