A ex-presidente não é mais considerada uma peça de reposição do Partido dos
Trabalhadores e foi arremessada para o entulho de sucatas do partido esta semana.
Membros do PT avaliam que Temer não deve renunciar e que não será afetado pela
fragilidade das delações do empresário Joesley Batista. A avaliação é a de que
qualquer processo contra o presidente dificilmente prosperará no Supremo Tribunal
Federal. Ainda mais agora que Temer jogou o deputado Rodrigo Rocha Loures na
jaula dos leões ao nomear Torquato Jardim para o cargo de ministro da Justiça, no
lugar de Osmar Serraglio. Rocha Loures era suplente de Serraglio, que reassume sua
vaga de deputado. Com isso, Rocha Loures ficou sem o foro privilegiado no Supremo
Tribunal Federal e já pode ser preso.
Para os petistas, restou apenas torcer pela possibilidade de Temer ter o mandato
cassado no processo que julga irregularidades na chapa Dilma Rousseff -Temer que
corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao passar a defender esta tese, o PT joga no lixo os planos de Dilma se candidatar à uma vaga no Senado ou na Câmara dos
deputados em 2018, pois perderia seus direitos políticos com a eventual cassação da
chapa pelo TSE. Dilma já tem 69 anos e com a cassação da chapa, ficaria impedida de
disputar eleições nos próximos oito anos. Enquanto os dirigentes e membros da
cúpula do partido caminham para pressionar o TSE, o ex-presidente Lula se finge de
morto sobre o caso.
Existe ainda a possibilidade de Temer conseguir separar os processo no TSE e manter-se
no cargo. Este é o cenário mais temido por Dilma, que nutre ódio mortal contra
os marqueteiros João Santana e Monica Moura, que a destruíram na delação à Lava
Jato. Ao defender a cassação da chapa, o PT ajuda a fortalecer a perspectiva de que o
TSE deve levar o caso adiante e punir os responsáveis por ilegalidades durante a
campanha de 2014, neste caso, a própria Dilma.