A baixa adesão de "manifestantes" convocados por artistas da Globo para um ato
contra o governo Temer deixou o ator Wagner Moura e o cantor Caetano Veloso
bastante decepcionados. Nos bastidores, o clima era de revolta e os organizadores se
queixavam da falta de "consciência política" dos brasileiros.
O fracasso do ato "O Rio pelas Diretas JÁ", programado para começar partir das 11h
na Orla de Copacabana, surpreendeu os artistas que convocaram os manifestantes
pelas redes sociais. A Globo cedeu os atores Wagner Moura, Fábio Assunção, Adriana
Esteves, Lázaro Ramos, Letícia Sabatella, Gregório Duvivier, Vladimir Brichta,
Emmanuele Araújo, Lucio Mauro Filho e José de Abreu para engrossar o coro dos
descontentes, mas não surtiu o efeito esperado.
O ator Wagner Moura ainda se esforçou para tentar convencer mais pessoas a
comparecerem ao ato e fez um apelo dramático gravado em vídeo: "Isso não é um movimento de esquerda, não é um movimento de direita. É um movimento pela
democracia. Vamos botar gente na rua, pressionar para que esse Michel Temer saia de
onde ele está!" Pelo visto, não conseguiu sensibilizar os cidadãos que tem contas para
pagar e se preocupam com o aprofundamento da crise estimulada pela esquerda do
"quanto pior, melhor". Foi preciso orientar os presentes para que se espalhassem pela
orla para causar a impressão de que havia mais gente no local. Os fotógrafos e
cinegrafistas também foram orientados a capturar ângulos específicos. Mas foi baixa a adesão ao ato.
A expectativa era de atrair pelo menos 100 mil pessoas para o ato, mas durante todo o
dia, pouco mais de 10 mil manifestantes foram contabilizados pelos próprio
organizadores nos bastidores do evento. Wagner Moura e Caetano Veloso deram um
verdadeiro piti ao serem informados sobre a baixa adesão dos cariocas ao ato. Órfãos
das mamatas da Lei Rouanet, os artistas tentaram se consolar pelo fracasso. Wagner
Moura chegou a ser interrompido por um pequeno grupo, sob os gritos de "Vai pedir
eleições diretas na Venezuela".
Organizado pelos movimentos de esquerda Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil
Popular, os mesmos que convocaram os atos violentos em Brasília na quarta-feira, 24,
o ato conseguiu reunir apenas sindicalistas descontentes com o fim do imposto
sindical e ativistas de esquerda derrotados nas últimas eleições municiais.
Nem mesmo a inclusão de atrações artísticas, com shows do cantor Caetano Veloso,
Mano Brown, Criolo, Maria Gadú, Teresa Cristina, Mart'nália, Mosquito, Cordão da
Bola Preta e BNegão foi capaz de atrair um público razoável