domingo, 21 de maio de 2017

'Se o PT tem tanta certeza da vitória de Lula em 2018, por que pede eleições antecipadas que não estão na Constituição?', questiona colunista



O colunista Eric Balbinus, do site O Reacionário, propõe uma "provocação". Ele pergunta: "se o Partido dos Trabalhadores e suas linhas auxiliares estão tão certos da vitória de Lula em 2018, qual o motivo de pedirem eleições antecipadas que sequer estão na Constituição? 

Leia abaixo o texto de Eric Balbinus:

Uma provocação: se o Partido dos Trabalhadores e suas linhas auxiliares estão tão certos da vitória de Lula em 2018, qual o motivo de pedirem eleições antecipadas que sequer estão na Constituição? 
Bom, sabemos que as pesquisas que colocam Lula na frente são tão conclusivas quanto a pesquisa Datafolha que colocou Luiza Erundina como favorita para a prefeitura de São Paulo em 2016. É um cenário onde um candidato já definido enfrenta nomes que são apenas cogitados. Também se trata de um nome já definido na extrema-esquerda, onde se vota em massa em um nome independente de suas obras. As pesquisas têm sido muito exóticas também no que tange aos adversários mencionados. O Datafolha chegou a colocar três tucanos de uma vez concorrendo com Lula, um tirando voto do outro. Adicionaram ainda Sérgio Moro, que sequer é político. Foram dois coelhos acertados com uma cajadada: reforçaram a narrativa de que a Operação Lava Jato tem caráter político e diluíram os votos contrários a Lula, que conta com uma rejeição de 45% do eleitorado. 
Não obstante, a extrema-esquerda fez festa com os números que foram compilados para induzir o eleitor ao erro. A mensagem das pesquisas era a mesma que os Borg repetiam à exaustão em Star Trek: resistir é inútil. Não adianta criticar Lula, torcer pela Lava Jato ou votar contra: ele voltará para o Terceiro Advento e esmagará a oposição de forma impiedosa.
O furo disso pode ser identificado na tentativa de se aplicar uma rasteira na Constituição por meio da aprovação da proposta de emenda constitucional do deputado Miro Teixeira, da Rede. O texto estabelece eleições diretas para a substituição de um presidente cassado. Trata-se não só de um parlamentarismo paraguaio, como também de uma tentativa de desestabilizar o país e devolver o poder à extrema-esquerda por meio das opções Ciro, Lula ou Marina. Tanto é verdade que todos estes apoiam este remendo golpista. Tanto é verdade que todos estão em campanha antecipada para tal, sendo que só Lula possui musculatura para reunir em torno de si os vermelhos e voltar para o Planalto. 
Mas daí fica a pergunta: ele não tinha tanta certeza de que seria eleito em 2018 nos braços do povo? Qual é a razão de novas eleições agora? Se uma eleição acontecesse agora, Lula estaria na frente - mas seria conduzido ao Planalto apenas pela massa de extrema-esquerda que devota a ele uma lealdade canina. Não seria Lula com a Força do Povo que supostamente o ama. Vale lembrar que a simples menção a 2018 já invalida tanto a tese do golpe quanto a tese de que precisamos de "Diretas Já". Primeiro porque em um cenário de golpe, não há preparação para novas eleições. Quando um governo golpista assume o poder, o povo é vítima de censura, prisões arbitrárias, tiro, porrada e bomba. Não se permite que a oposição discuta eleições ou que as atividades políticas corram de maneira livre. Sobre novas eleições, o fato de afirmarem que não podemos esperar até 2018 evidencia a normalidade democrática: teremos eleições diretas já em outubro de 2018. Qualquer coisa diferente disso é invencionice, é fraude intelectual, é enganação, é golpe. E não passará.