A procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu a prisão domiciliar da mãe de
Geddel Marluce, Marluce Vieira Lima no bojo da denúncia encaminhada nesta
segunda-feira (4) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes atribuídos à família
do ex-deputado, como lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A denúncia se refere ao caso dos R$ 51 milhões em dinheiro vivo atribuídos a Geddel,
pela Polícia Federal (PF), encontrados em malas em um apartamento em Salvador. A
PGR também acusou formalmente mais cinco pessoas. Entre elas, estão o irmão de
Geddel, deputado federal Lúcio Vieira Lima e a mãe deles, Marluce Vieira Lima.
Na denúncia, a procuradoria aponta quatro possíveis fontes dos R$ 51 milhões
propinas da construtora Odebrecht, repasses do operador financeiro Lúcio Funaro
derivados do esquema da JBS na Caixa durante o governo Dilma, desvios de políticos
do PMDB e transferência de parte de salário de assessores.
A Polícia Federal já identificou que os repasses ocorreram entre 2011 e 2015, durante a gestão da expresidente
Dilma Rousseff.
Apontada como cúmplice do filho por ter participado da ocultação dos R$ 51 milhões
apreendidos em um apartamento em Salvador, a mãe de Geddel Vieira Lima chegou a
dizer que o filho não é bandido e sim doente que sofre há anos com o problema da
cleptomania.
Ao que tudo indica, Marluce sempre se beneficiou da doença do filho.
Em 1983, aos 25 anos, recém-saído da faculdade de Administração de Empresas,
Geddel foi indicado para o posto de diretor da corretora de valores do Banco Estadual
da Bahia, Baneb.
Era seu primeiro cargo público.
Segundo o Globo, uma auditoria interna pilhou um desvio de R$ 2,7 milhões (em
valores atualizados), fruto de um esquema que teria beneficiado Geddel, seu irmão, o
hoje deputado Lúcio Vieira Lima, seu pai, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, e ela
mesma, mamãe Marluce Quadros Vieira Lima.
Geddel foi demitido. Eleito deputado federal em 1990, foi citado no caso dos “Anões
do Orçamento”, acusado de manipular emendas para beneficiar empreiteiras. A CPI
que investigou o caso, em 1993, o absolveu.
A carreira gloriosa no crime culminou nos 51 milhões de reais encontrados no
apartamento de Salvador e na cana.
Em janeiro de 2016, Dona Marluce passou a receber uma pensão de R$ 26.000,00 da
Caixa de Previdência Parlamentar do Ceará por conta de 16 anos de contribuição de
seu marido, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, morto naquele mês.
Não que precisasse. “Meu pai casou com uma mulher rica”, falou Geddel.
A declaração foi dada em 2000 à Folha, que investigava denúncias de Antônio Carlos
Magalhães, então presidente do Senado, de irregularidades nas compras de fazendas
de Geddel Vieira Lima.
Com informações do Diário do Centro do Mundo e G1