terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Família que rouba unida, deve permanecer unida. Na prisão. Raquel Dodge denuncia até a mãe de Geddel Vieira Lima

A procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu a prisão domiciliar da mãe de Geddel Marluce, Marluce Vieira Lima no bojo da denúncia encaminhada nesta segunda-feira (4) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes atribuídos à família do ex-deputado, como lavagem de dinheiro e organização criminosa. 

A denúncia se refere ao caso dos R$ 51 milhões em dinheiro vivo atribuídos a Geddel, pela Polícia Federal (PF), encontrados em malas em um apartamento em Salvador. A PGR também acusou formalmente mais cinco pessoas. Entre elas, estão o irmão de Geddel, deputado federal Lúcio Vieira Lima e a mãe deles, Marluce Vieira Lima. 

Na denúncia, a procuradoria aponta quatro possíveis fontes dos R$ 51 milhões propinas da construtora Odebrecht, repasses do operador financeiro Lúcio Funaro derivados do esquema da JBS na Caixa durante o governo Dilma, desvios de políticos do PMDB e transferência de parte de salário de assessores. 

A Polícia Federal já identificou que os repasses ocorreram entre 2011 e 2015, durante a gestão da expresidente Dilma Rousseff. 

Apontada como cúmplice do filho por ter participado da ocultação dos R$ 51 milhões apreendidos em um apartamento em Salvador, a mãe de Geddel Vieira Lima chegou a dizer que o filho não é bandido e sim doente que sofre há anos com o problema da cleptomania. 

Ao que tudo indica, Marluce sempre se beneficiou da doença do filho. 

Em 1983, aos 25 anos, recém-saído da faculdade de Administração de Empresas, Geddel foi indicado para o posto de diretor da corretora de valores do Banco Estadual da Bahia, Baneb. 

Era seu primeiro cargo público.

Segundo o Globo, uma auditoria interna pilhou um desvio de R$ 2,7 milhões (em valores atualizados), fruto de um esquema que teria beneficiado Geddel, seu irmão, o hoje deputado Lúcio Vieira Lima, seu pai, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, e ela mesma, mamãe Marluce Quadros Vieira Lima. 

Geddel foi demitido. Eleito deputado federal em 1990, foi citado no caso dos “Anões do Orçamento”, acusado de manipular emendas para beneficiar empreiteiras. A CPI que investigou o caso, em 1993, o absolveu. 

A carreira gloriosa no crime culminou nos 51 milhões de reais encontrados no apartamento de Salvador e na cana. 

Em janeiro de 2016, Dona Marluce passou a receber uma pensão de R$ 26.000,00 da Caixa de Previdência Parlamentar do Ceará por conta de 16 anos de contribuição de seu marido, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, morto naquele mês. 

Não que precisasse. “Meu pai casou com uma mulher rica”, falou Geddel. 

A declaração foi dada em 2000 à Folha, que investigava denúncias de Antônio Carlos Magalhães, então presidente do Senado, de irregularidades nas compras de fazendas de Geddel Vieira Lima. 

Com informações do Diário do Centro do Mundo e G1