sexta-feira, 20 de abril de 2018

Desculpa esfarrapada da PM do Rio sobre roubo milionário de carga de celulares no Aeroporto expõe conivência das polícias com o crime organizado


A população do Brasil não entendeu a desculpa esfarrapada da Polícia do Rio de Janeiro sobre o roubo de uma carga de mais de mil celulares de última geração (Galaxy S9) no Aeroporto Internacional do Galeão. Os aparelhos são avaliados no mercado em quase quatro mil reais a unidade.

Três assaltantes entraram na área de cargas do aeroporto e saíram de lá sem nenhum problema com a carga milionária. Três dias após o assalto, nenhuma operação policial foi realizada para recuperar os aparelhos. As polícias Civil e Militar se mantiveram inertes mesmo sabendo que o material, avaliado em um milhão de dólares (R$ 3,4 milhões), foi levado para a Favela Nova Holanda, localizada ao lado do 22º BPM (Maré).

A polícia foi informada do assalto, mas não julgou ser uma chamada de emergência e ninguém tomou nenhuma providência. Segundo o Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário e Logística (Sindicarga), os aparelhos têm rastreadores, que permitiram constatar a localização. O diretor de Segurança do Sindicarga, coronel Venâncio Moura, contou que três bandidos entraram facilmente no Terminal de Cargas do Galeão, por volta das 21h30 de domingo, e roubaram a primeira remessa de celulares Samsung Galaxy S9 enviada ao Rio. O modelo é recém-lançado no Brasil. Obviamente, houve facilitação de funcionários do aeroporto responsáveis pela segurança do local.

Mas a desculpa da Polícia Militar para a negligência da corporação sobre o caso é o que mais impressiona. Segundo o jornal O Dia, "O coronel denunciou que o 22º BPM e a DRFC não recuperaram os celulares porque os blindados estão quebrados. "A polícia não teve estrutura para entrar no local", disse. O proprietário da carga decidiu trazer os aparelhos de avião, do Espírito Santo, temendo o aumento de assaltos nas estradas. Na semana passada, um caminhão que saía do terminal transportando aparelhos da Apple, num total de R$ 2 milhões, também foi roubado. "Já se sabe que o da Apple foi para a Nova Holanda. O caminhão ainda está lá."

No Rio, mesmo com a intervenção federal, os criminosos ainda praticam assaltos ousados. Com o histórico de conivência com o crime organizado das forças policiais no Estado, fica difícil acreditar que não há nada de suspeito no roubo de cargas tão valiosas, sem que nenhuma providência tenha sido tomada. Somadas as duas cargas roubadas, são quase R$ 6 milhões e a Polícia diz que não pode fazer nada. Conta outra.