segunda-feira, 28 de maio de 2018

Empresários e caminhoneiros pararam o país pelo dinheiro do povo e não defenderam nenhuma pauta da sociedade

Empresas, associações e entidades de classe investigadas por fraude em concorrência que vai custar R$ 10 bilhões ao contribuinte, mas já custou mais de R$ 100 bilhões ao país, após uma semana de paralisação dos caminhoneiros. 

A Polícia Federal abriu 37 inquéritos para investigar se empresários articularam a greve dos caminhoneiros. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica também apura a participação de empresas e associações de caminhoneiros na paralisação.

Foi de longe, a maior chantagem de uma categoria contra uma nação. Embora a categoria conte com autônomos que sacrificam suas vidas pelas estradas do país, o fato é que grupos econômicos poderoso vão abocanhar a maior parte dos benefícios obtidos no acordo firmado com o governo, que ficou praticamente com a faca no pescoço durante uma longa e desgastante semana. Após mergulharem o país no caos, os poderosos do setor conseguiram mais privilégios, frete tabelado, diesel mais barato, pedágio gratuito e outros benefícios que serão custeados pelo contribuinte, publica o site Imprensa Viva.

Este dinheiro terá que sair de algum lugar. Os donos de carro de passeio e empresas de transporte de passageiros também serão chamados pelas concessionárias de rodovias para compensar as perdas de receitas dos pedágios

Segundo a publicação, como se não bastasse, os caminhoneiros garantiram ainda uma reserva de mercado de 30% dos fretes da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Neste caso, poderão cobrar o que bem entenderem, elevando os custos finais dos produtos para o consumidor. O governo editará ainda uma medida provisória garantindo um preço mínimo de fretes, eliminando a concorrência no setor e onerando o mercado.

O curioso é que, apos fazer o país se curvar diante da crise de abastecimento, os empresários e entidades conseguiram o que queriam do governo sem incluir nenhuma pauta da sociedade em suas negociações. Além do aumento nos gêneros alimentícios, da demora na normalização do abastecimento do comércio, indústria e setores de serviços, o que demandará novas altas nos preços, o povo continuará pagando caro pela gasolina, pedágio, fretes etc. 

O discurso sobre o combate à corrupção, aos altos salários da elite de servidores e aos privilégios como auxílio-moradia era só enganação.