As facilidades no acesso ao crédito para a compra de caminhões durante o auge da valorização das commodities no mercado internacional entre os anos de 2009 e 2010 permitiram que milhares de autônomos ingressassem no mercado de transporte de cargas em todo o país. Além da ampliação das linhas de crédito, o governo Lula aprovou ainda um programa de renovação da frota, atendendo a demandas das montadoras de caminhões.
Em 2012, o governo Dilma voltou a ceder aos apelos das montadoras de caminhões, quando o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, inclui a prorrogação do IPI menor e a redução da taxa de juros de linhas do BNDES para o financiamento para caminhões por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
O PSI, criado em 2009, desembolsou cerca de 227 bilhões até de julho 2012. Com o ingresso de milhares de profissionais no mercado, aumentou a concorrência e a pressão pelos baixos custos dos fretes em todo o país. Se a situação já não era cômoda para os autônomos do setor nos idos de 2012, a situação piorou ainda mais a parti de 2013 e vem deteriorando desde então.
Com a recessão, tornou-se cada vez mais difícil repassar as altas do preço do diesel para os contratos e fretes. Com uma concorrência enorme no mercado, vários caminhoneiros se viram obrigados a aceitar serviços com margens cada vez mais reduzidas de lucro.
Como se vê, a natureza dos problemas da categoria não estão relacionados apenas à questão do custo do diesel.
Mesmo após a assinatura do vantajoso acordo com o governo, a categoria deve continuar enfrentando dificuldades. devido à alta concorrência no setor.
As vantagens obtidas pelo setor favorecem ainda mais as grandes empresas de transportes de cargas, o que pode criar maiores dificuldades aos autônomos.
O governo investiga a atuação de empresários e associações na organização dos bloqueios. As paralisações também são investigadas pelo CADE, que investiga a conduta anticompetitiva no setor e fraude à concorrência.
fonte: Imprensa Viva