terça-feira, 5 de junho de 2018

Militares saem do armário às vésperas da eleição e jogam toalha na intervenção


Milhões de brasileiros foram pegos de surpresa com as declarações recentes de vários militares da ativa e da reserva sobre a impossibilidade de implantação de um regime militar no Brasil, em substituição à Democracia.  A greve dos caminhoneiros, que inicialmente representava uma esperança para os entusiastas de uma possível intervenção militar no país, acabou se tornando a origem de decepção para muitos que viam na crise a grande oportunidade de tomada de poder por parte dos militares.

Diz o site Imprensa Viva, que não há qualquer dúvida que vários representantes das Forças Armadas vinham há anos nutrindo as esperanças dos adeptos do militarismo como opção à classe política. Nas entrevistas e vídeos que eram compartilhados nas Redes Sociais, um grupo de militares da ativa e da reserva angariava a simpatia dos entusiastas da intervenção militar com discursos patrióticos permeados por insinuações e linguagens cifradas que dava a entender que havia alguma espécie de consenso entre os integrantes das Forças Armadas sobre a possibilidade de tomada de poder.

Segundo a publicação, foram vários anos de falta de clareza, o que acabou induzindo milhões de brasileiros a acreditaram em uma eventual redenção verde oliva. Mas a greve dos caminhoneiros, que representava a última esperança dos entusiastas da intervenção militar, acabou jogando um balde de água fria nas expectativas de muita gente e também atrapalhando a estratégia de um grupo de militares da reserva que se prepara para concorrer nas próximas eleições. Pressionados pela Cúpula das Forças Armadas, praticamente todos tiveram que dar declarações públicas refutando a possibilidade de intervenção militar no Brasil. Sobretudo aqueles da reserva que se notabilizaram com suas declarações confusas e insinuações que eram compreendidas por muitos como uma linguagem cifrada, típica dos militares, que estariam mandando mensagens subliminares sobre uma possível intervenção. Todos foram praticamente obrigados a descartar tal possibilidade. No lugar de entregar a tão sonhada intervenção, muitos vão pedir votos nas eleições de outubro. Pretendem trocar a farda pelo terno, disputando mandatos políticos com políticos.

A mágoa nas Redes Sociais de grupos que defendiam a intervenção militar é grande. Alguns falam em traição e oportunismo eleitoral dos militares que se mantiveram calados todo este tempo, enquanto se capitalizavam com o tema junto ao eleitorado. Decepcionados e sentindo-se manipulados durante muitos anos, vários entusiastas da volta do regime militar reclamaram da postura de alguns expoentes do militarismo. A situação ficou ainda mais delicada pelo fato da 'saída do armário' ter ocorrido há poucos meses das eleições de outubro. Tem intervencionista revoltando prometendo votar nulo.