terça-feira, 26 de junho de 2018

Para a ONU, Lula pode continuar preso. Esperneio internacional não adiantou nada


Confiante na demora nos trâmites de queixas encaminhadas ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, o ex-presidente Lula apostou em uma campanha sórdida contra a imagem do Brasil junto ao organismo internacional. Visando criar factoides sobre sua duvidosa inocência, o petista tentou denegrir a imagem do juiz federal Sérgio Moro e colocar dúvidas sobre a lisura da Justiça do país, alegando ser um perseguido político.

Mas Lula acabou dando com os burros n'água. O petista esperava arrastar sua queixa na ONU até o processo eleitoral e contava com a possibilidade de evitar a condenação em segunda instância pelo menos até poder registrar sua candidatura à Presidência em agosto deste ano.

As coisas não saíram como o petista estaria planejando. Lula foi condenado em janeiro, preso em abril, perdeu todos as ações recursais em todas as instâncias a que recorreu contra sua condenação e prisão. Como se não bastasse, a própria ONU se pronunciou antes do esperado quanto às suas queixas de perseguição política.

Há poucos dias, o "Comitê de Direitos Humanos  da ONU informou que "não concederá medidas cautelas no caso de Lula da Silva”, segundo declaração do porta-voz Julia Gronnevet. Na prática, isso significa que o Comitê não enviará ao Brasil nenhum pedido ou recomendação para que o ex-presidente deixe a prisão em Curitiba e responda a seu processo na Lava Jato em liberdade.

Um dia antes de se apresentar à Polícia Federal por determinação de Moro, em 6 de abril, Lula entrou na ONU com uma queixa contra o decreto de prisão. O petista "chamou a atenção do organismo a rapidez da decisão do juiz federal Sérgio Moro."

A aposta da defesa de Lula era de que a ONU "seguisse a mesma decisão que já havia tomado em um caso que consideravam semelhante. Em março, ela atendeu a um pedido similar de políticos catalães, presos nos últimos meses. Ela recomendou, por exemplo, que o deputado independentista Jordi Sanches, fosse liberado para que pudesse participar de eleições. Mas o estado espanhol ignorou a recomendação da ONU."

Um dos peritos do Comitê de Direitos Humanos, Yuval Shany, explicou que a entidade não pode fazer nada em relação à prisão do condenado.