Um pedido de vista do desembargador Victor Luiz dos Santos Laus adiou a decisão do julgamento dos recursos do
ex-ministro José Dirceu e outros oito réus, realizado nesta quarta-feira (13) pela da 8ª Turma do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.
A defesa de Dirceu pedia absolvição após a condenação do juiz Sérgio Moro, em primeira instância, de 20 anos e
10 meses de prisão, que Dirceu cumpre fora da cadeia, com tornozeleira eletrônica, conforme decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF).
O TRF4 é responsável pelos julgamentos em segunda instância dos processos no âmbito da Operação Lava Jato.
O relator do processo, desembargador João Gebran Neto, votou pelo aumento da pena de Dirceu para 41 anos e
quatro meses de prisão, por considerar o concurso material – quando os crimes deixam de ser considerados um
só, e as penas são somadas.
Leandro Paulsen também deu parecer pela elevação, mas para 27 anos, 4 meses e
cinco dias de reclusão. Victor Laus foi o autor do pedido de vista que interrompeu a sessão. Não há data prevista
para a retomada.
“O que tem acontecido, infelizmente, com essas delações, é que as pessoas fazem recall de delações. Omitem
informações e voltam para fazer correções nas delações. A defesa não tem a mesma paridade de arma da
acusação”, reclamou o advogado de Dirceu, Roberto Podval. Segundo ele, a defesa não teve acesso a todos os
documentos do processo, a exemplo do MPF