sexta-feira, 6 de julho de 2018

Partidos são parte do problema no Brasil. Muitos atuam como máfias e balcões de negócios


Todo o imbróglio político do país está relacionado com a natureza da maioria dos partidos que atuam nos moldes de máfias ou balcões de negócios. É comum ver os políticos defendendo suas legendas, afirmando que não se pode generalizar, mesmo admitindo que setores do partido são realmente problemáticos, registra o site Imprensa Viva.

A divisão partidária costuma ser a desculpa dos políticos quando tentam justificar práticas nada abonáveis. A parte suja do 'negócio' fica com uma turma, enquanto a outra tenta parecer limpinha. Os escândalos envolvendo negociatas por ministérios, por apoio a projetos que costumavam tender doações milionárias e outras votações importantes envolveram praticamente todos os partidos ao longo das últimas décadas.

Isto sem contar os esquemas de compra direta de partidos e de parlamentares no escândalo do mensalão, os repasses milionários à legendas feitos por empresas como a JBS, Odebrecht e outras tantas envolvidas nos esquemas criminosos revelados pela Operação Lava Jato.

Além dos milhões originários de doações 'legais' que abarrotavam os cofres dos partidos, há ainda o bilionário fundo partidário. É através do gerenciamento destes recursos que os dirigentes dos partidos premiam os candidatos mais alinhados com as políticas partidárias.

Praticamente todos os políticos do Brasil pertenceram a partidos como PP, PMDB, PT, PSDB, PTB, PDT, PR, DEM, etc. Nos meses que antecedem as eleições, é comum a dança partidária, onde muitos migram para legendas que oferecem mais vantagens ou estão menos desgastadas perante a opinião pública. Ultimamente, alguns dirigentes partidários, responsáveis pela interlocução da legenda com empresários e com outras forças políticas, controlam suas legendas com mão de ferro e ignoram até mesmo as convenções para a escolha de candidatos. Em muitos casos, não há Democracia nem mesmo dentro dos partidos. Ser dono de um partido é um ótimo negócio no Brasil.

Para que um cidadão honesto ingresse na política, ele precisa se submeter a um partido e o crivo de seus dirigentes, filiados e políticos. No Brasil, não existe candidaturas independentes, o que poderia significar a única alternativa para a renovação da classe política e democratizar o acesso aos cargos eletivos no País.

Para se candidatar a um cargo eletivo no Brasil é preciso estar filiada/o a um partido político, regra que está vigente desde o Código Eleitoral de 1945. Apesar de várias iniciativas no sentido de valorização da participação do cidadão de bem no processo político, os partidos atuam para assegurar  a manutenção de máquinas partidárias, que em muitos casos operam em defesa de interesses privados.

Os filtros dos partidos inibem o ingresso de cidadãos com ideias arejadas e independência política. Para passar pelo crivo dos dirigentes partidários, o sujeito precisa estar ligado a algum movimento de grande representatividade, seja em número de pessoas ou em possíveis apoios financeiros. O corporativismo é visto como uma qualidade e vantagem competitiva. A preferência dos partidos recai sempre para representantes de entidades, seja uma associação de moradores, um sindicato ou representantes de grupos coesos. 

Graças aos partidos, o cidadão comum definitivamente não tem vez na política. É praticamente impossível furar o bloqueio perverso das organizações partidárias.