quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O ESQUERDISTA FUNCIONAL E SEU ÓDIO PELO “POBRE DE DIREITA”

Acabo de ver na timeline do facebook a seguinte frase:
“Não suporto pobre de direita – me sentindo frustrada.”
Fui averiguar o perfil da pessoa e não deu outra: mais um universitário de esquerda dos cursos de humanas desse “brasil véio”. Chamarei esta personagem da vez de Joane. Por que Joane se sente frustrada em ver um pobre que não seja de esquerda? Num primeiro momento, a resposta é simples. O esquerdista, ao ver um pobre “de direita”, logo pensa:
“Droga, meu discurso de ajuda aos pobres a partir do inchaço estatal e do aumento do poder político daqueles que eu apoio não está convencendo a todos.”
Num segundo momento, a resposta para a frustração de Joane não é tão óbvia. Joane foi ensinada na escola e na universidade de que o capitalismo é o mal maior que aflige os seres humanos. Sua mente está impregnada de discursos anti-capitalistas desde o ensino fundamental. Na universidade, o materialismo histórico e dialético é a visão de mundo predominante. Não é de se espantar, portanto, que Joane fique frustrada ao ver que o pobre, que na sua mente representa a velha figura do proletário oprimido, não compactue com suas ideias e soluções para o mundo. Na mente de Joane, o pobre ainda não entendeu que está sendo explorado por alguém que só quer abusar da mais-valia a qualquer custo.
Se Joane sente pena do pobre que não tem condições intelectuais de entender sua própria desgraça, existe ao mesmo tempo um nível intelectual acima que sente pena de Joane. Este nível intelectual corresponde aos teóricos e políticos de “alta patente” da esquerda. Estes sabem que a visão de mundo romantizada e utópica de Joane é uma ótima ferramenta a ser explorada, para atingirem seus próprios objetivos políticos, de prestígio e poder.
Devo admitir que o canto da sereia marxista é atraente, e seduz até os mais bem intencionados. Pessoas que realmente se preocupam com os outros costumam enxergar nas ideologias da esquerda a solução para os males do mundo. O problema é que a partir do momento em que se engajam nestas ideologias, imediatamente se esquecem dos pobres, e começam a se preocupar apenas com a pobreza. Aí reside uma sutileza diabólica, porém crucial para o entendimento de como funciona a mentalidade esquerdista. Num dos comentários no facebook, um amigo mata a charada:
“Socialista não gosta de pobre, socialista gosta de pobreza.”
Perfeito. A esquerda historicamente sobrevive de discursos sobre pobreza e riqueza. O combustível que os move é a DESIGUALDADE SOCIAL. Não admitem que pobres tenham o desejo de prosperar na vida sem a ajuda estatal, ou melhor, sem a ajuda do paizão socialista, representado pela figura do Estado onipresente. Não é à toa que quando levado às ultimas consequências, o esquerdismo cria ditaduras totalitárias, pois sempre tem pretensões de controlar tudo o que for possível. Por estes motivos, o esquerdista é avesso à ideia de caridade e mérito próprio, pois são as melhores formas de se sair da pobreza e não dependem de políticos ou intelectuais socialistas metidos a besta. Aliás, os ditos “intelectuais” marxistas jamais fizeram algo concreto em relação aos pobres. Pelo contrário, continuam a pregar sorrateiramente uma ideologia que só trouxe miséria e morte. Tudo o que sabem fazer é explorar as mazelas do povo para continuarem em seus cargos públicos ou patrocinados pela mídia estatal. Nestas horas surge uma pergunta interessante:
Com o fim da desigualdade social, esquerdistas voltariam para casa felizes como meros operários?
A resposta obviamente é não. Não há um esquerdista sequer que não deseje subir na carreira e ser um dos planejadores iluminados da “Nomenklatura”, a burocracia estatal que irá dirigir a sociedade e regulá-la, para que não se torne “desigual” novamente.
A verdade é que toda essa esquerda funcional, que Lenin chamava de “idiotas úteis”, são meros instrumentos de ação política da elite esquerdista, esta sim muito ciente do que é o marxismo e de suas estratégias de acúmulo de poder nas mãos de poucos dirigentes. Estes, com todo o poder nas mãos, irão determinar não só o destino econômico, mas o destino dos indivíduos nas mais variadas instâncias de suas vidas pessoais.

fonte: Política Sem Filtro