segunda-feira, 11 de setembro de 2017

APÓS DEPOIMENTO DE PALOCCI, LULA FALARÁ A MORO NA QUARTA-FEIRA

Nesta quarta-feira (13), Sérgio Moro e Lula da Silva vão ficar frente a frente novamente, apenas uma semana depois do interrogatório do ex-ministro Antônio Palocci – que entregou o ex-presidente em um milionário esquema de propinas.
O juiz da Operação Lava Jato vai interrogar Lula da Silva na ação penal em que ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro supostamente recebido da empreiteira Odebrecht para compra de um terreno destinado abrigar a sede do Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao que o petista reside em São Bernardo do Campo.
Será a segunda vez que Moro e Lula vão se encontrar pessoalmente. Em maio, o ex-presidente foi interrogado em outro processo, também por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, referente ao triplex do Guarujá, que o petista nega ser dele. Nessa ação, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão.

O ex-presidente Lula da Silva está recorrendo em liberdade perante o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), a Corte que detém competência para rever ou confirmar decisões de Sérgio Moro.

Na primeira vez que o juiz e o ex-presidente ficaram cara a cara, petistas prometeram levar 70 mil pessoas a Curitiba, mas reuniram apenas cerca de 5 mil militantes. 

O interrogatório marcado para daqui a dois dias é cercado de grande expectativa, principalmente depois do depoimento de Antonio Palocci. As ruas do entorno do prédio da Justiça Federal em Curitiba serão bloqueadas.

No depoimento a Moro, Palocci revelou a existência de um ‘pacto de sangue’ supostamente firmado entre Lula da Silva e a empreiteira Odebrecht, incluindo repasse de R$ 300 milhões ao ex-presidente, entre outros itens.

Publicamente, Lula não se manifestou sobre as revelações de seu ex-ministro. O advogado que o representa, Cristiano Zanin Martins, declarou que o relato de Palocci é ‘uma ficção’. A ex-presidente Dilma afirma que o seu também ex-ministro ‘mente’.

Este segundo processo foi aberto em dezembro de 2016, quando Sérgio Moro recebeu denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato. São oito réus ao todo, entre eles Lula da Silva e o próprio Antonio Palocci, o ‘italiano’ das planilhas de propinas da Odebrecht.

Até aqui foram ouvidas 97 testemunhas e cinco dos oito réus.

O ex-presidente Lula tentou adiar o interrogatório alegando que não teve acesso a arquivos do departamento de propinas da empreiteira. Moro negou o pedido. A defesa então recorreu ao TRF4, porém a Corte manteve para esta quarta (13), o novo encontro entre o juiz da Lava Jato e o ex-presidente.