Isabel Cristina Groba Vieira, procuradora da República da força-tarefa da Operação Lava Jato, anexou ao
processo que acusa Lula da Silva de receber R$ 12 milhões em propinas da Odebrecht – o registro
do encontro entre o ex-presidente e o empresário Emílio Odebrecht, que aconteceu no dia 30 de dezembro de
2010. O documento foi apresentado pela procuradora no dia 3 de agosto deste ano.
O “pacto de sangue” entre o petista e o empresário se deu por ocasião de um encontro que reuniu também Dilma
Roussef e José Sérgio Gabrielli (ex-presidente da Petrobrás). O acordo revia o repasse de R$ 300 milhões de
propinas em troca de uma relação “fluída” no governo de sua sucessora.
O documento entregue com outros pela Odebrecht ao Ministério Público Federal, dentro do acordo de delação
premiada e leniência do grupo, tem o registro de temas a serem tratados por Emílio com Lula e Dilma e só com
Lula. Entre os temas exclusivos a serem discutidos com o ex-presidente, “Instituto”, “Obras sítio (15/1)”, “1ª
palestra Angola” e “Estádio Corinthians”.
Palocci revelou em interrogatório ao juiz federal Sérgio Moro, na quinta-feira (6), que na troca dos governos Lula e
Dilma, em 2010, Emílio Odebrecht buscou Lula e fez um “pacto de sangue” com ele.
“Foi nesse momento que o doutor Emílio Odebrecht fez uma espécie de pacto de sangue com o presidente Lula.
Ele procurou Lula nos últimos dias de seu mandato e levou um pacote de propinas para o presidente Lula esse
terreno do Instituto, que já estava comprado e seu Emílio apresentou ao presidente Lula, o sítio para uso da
família, que estava fazendo a reforma em fase final e disse ao presidente que estava pronto e disse que tinha a
disposição para o presidente fazer sua atividade política dele, R$ 300 milhões.”