sábado, 2 de junho de 2018

Veja como é fácil descobrir se um político está te enganando!


Em um brilhante artigo publicado no Estadão, o advogado, Especialista em Gestão Pública Humberto Dantas chamou a atenção para a necessidade de educação política do cidadão brasileiro. Membro da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, Dantas defendeu a implantação da disciplina de educação cívica e cidadã nas escolas brasileiras.


"Educação Política é um conjunto de informações, conhecimentos e valores voltados ao cidadão que lhe permita compreender o debate político, seus direitos e seus deveres, a fim de que esteja capacitado a participar ativamente da política de forma digna, ética e responsável. Se por um lado, há a disseminação de conteúdos e boas práticas sobre o assunto pela internet, por outro precisamos reconhecer que a introdução adequada desta disciplina nas escolas pode colaborar na formação de uma nova geração de cidadãos brasileiros para aprendermos o pleno exercício da cidadania" observou Dantas em seu artigo.


De fato, os brasileiros são facilmente manipulados por políticos inescrupulosos que se aproveitam da ignorância do povo para angariar simpatia e votos. Muitos mentem quando prometem reduzir impostos, sem que digam como pretendem repor as receitas, tendo em vista a Lei de Responsabilidade Fiscal, publicou o site Imprensa Viva.

Segundo a publicação, o eleitor também precisa ter consciência de que os cortes de alguns gastos obrigatórios da União, Estados e Municípios prometidos pelos candidatos não são possíveis, pois são promessas que fogem das atribuições dos chefes dos executivos. 

Neste rol de despesas obrigatórias, apenas o Judiciário, o Congresso ou as casas legislativas possuem poder de mexer em altos salários, privilégios e penduricalhos.  

Candidatos a cargos nos executivos, como presidente da República e Governadores, que estão fazendo este tipo de promessa estão mentindo para o eleitor. 

Normalmente, os privilégios, altos salários e benefícios vergonhosos são aprovados em Lei pelos próprios políticos e membros do Judiciário para satisfazer integrantes da elite de servidores privilegiados.

Influentes na imprensa, no serviço público e nas Redes Sociais, estes grupos atuam como cabos eleitorais de políticos dispostos a manterem seus privilégios.



No caso do Brasil, os gastos obrigatórios da União consomem cerca de 93% de tudo que o país arrecada dos contribuintes. 

O cidadão é induzido a crer que é possível avançar sobre gastos obrigatórios previstos em Lei, mas o fato é que nem o presidente tem o poder de mexer nestes gastos. 

Apenas os parlamentares e membros do Judiciário podem alterar Leis.



Vale lembrar ainda que, entre os candidatos a cargos no executivo, há vários que se servem há décadas do sistema político, que não combateram privilégios e que legislaram em favor de determinadas categorias, o que contraria o princípio democrático segundo o qual todo cidadão tem os mesmos direitos e deveres.

Defender privilégios de determinadas categorias significa tratar os demais contribuintes como cidadãos de segunda classe.



O Brasil é um dos países onde mais se elege  políticos desqualificados para as funções que exercem. 

Muitos candidatos exploram sua popularidade apenas para garantir salários, benefícios e aposentadorias gordas. 

Se não há como imaginar uma grande empresa entregando sua administração para pessoas comprovadamente inexperientes, como conceber entregar um estado ou mesmo o país nas mãos de governantes desqualificados e sem experiência em cargos executivos? 

O país esteve mergulhado na pior recessão de sua história e ainda se esforça para recuperar a economia e gerar empregos para mais de 10 milhões de chefes de família. 

Nas próximas eleições, o cidadão consciente tem o dever de pesar suas decisões e votar com responsabilidade, sem paixões, partidarismos ou outros quesitos que não contemplem a competência e preparo de cada um dos candidatos.



Em época de eleições, quanto mais um político promete, mais está mentindo e mais perigoso é para a Democracia. 

Um país de dimensões continentais como o Brasil enfrenta problemas estruturais históricos de difícil resolução a curto prazo. 

Muitos não imaginam, mas o maior fluxo migratório da história da humanidade ocorreu e ainda está em curso justamente no Brasil. Cerca de 50 milhões de pessoas migraram para os grandes centros ao longo das últimas décadas, gerando desafios monumentais para a infraestrutura urbana. 

Setores como saúde, educação e segurança foram minimamente atendidos, tendo em vista a sede do dinheiro do contribuinte por parte da elite de servidores e políticos, e o número gigantesco de cidadãos que deixaram o campo rumo às cidades. 

Países ricos como Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra enfrentaram dificuldades para absorver pequenos números de refugiados nos últimos anos. Se potencias mundiais não conseguem abrigar 10 mil refugiados, o que dizer de cidades como Rio e São Paulo, que receberam milhões de imigrantes em tão pouco tempo?



O Brasil tem ainda um longo caminho a trilhar, rumo à Justiça Social. 

Para que isto ocorra de forma mais perene, dependerá única e exclusivamente da responsabilidade de cada cidadão eleitor.