sábado, 1 de setembro de 2018

Lula colocou os pobres atrás do cercadinho, mas acabou atrás das grades

O ex-presidente Lula sempre se gabou de ser um homem de origem humilde. De fato, o petista veio de uma das regiões mais pobres do interior de Pernambuco para São Paulo, onde se tornou um líder sindical, presidente de partido e até chegou à Presidência da República. Mas segundo pessoas próximas, quanto mais Lula pavimentava seu caminho rumo ao poder, mais se distanciava de suas origens. Ainda nos anos 80, quando passou a ter contato com gente poderosa e influente, o petista passou a cultivar o gosto por ternos italianos, Whisky importado, jatinhos e prazeres que só quem tem muito dinheiro pode comprar.

Lula sabia que jamais poderia abrir mão de sua origem humilde, de seu estilo e modo de falar errado. Afinal, foi graças a este personagem e aos pobres que ele ascendeu na política. E foi justamente na política que Lula conheceu seus melhores amigos, como Emílio Odebrecht, Léo Pinheiro, Joesley Batista e outros sortudos que ficaram bilionários ao longo dos governos do PT. 

De fato, chegou ao poder explorando a esperança e boa fé dos mais pobres e humildes. 

Colocou-os num cercadinho, enquanto se comprazia da companhia de gente muito rica. Mentiu, roubou e ficou milionário. Sua cidade natal, Garanhuns, em Pernambuco continua pobre. A região onde Lula nasceu, Caetés, antigo distrito de Garanhuns, continua mais pobre ainda.

Mas o caminho escolhido por Lula acabaria por levá-lo a um destino nada nobre. O ex-presidente todo poderoso, que se gabava de ter participado de banquetes com Reis, chefes de Estado do mundo todo e com os homens mais ricos do planeta, acabou na prisão. O homem que colocou os pobres em um cercadinho assistencial em troca de seus votos acabou preso, num 'cercadinho' no quarto andar do prédio da Polícia Federal, em Curitiba.

Acompanhe abaixo um triste relato sobre a conduta de Lula narrado por alguém que o conhecia a fundo:


No dia 11.2.2005, o helicóptero do presidente Lula desceu na comunidade de Canaã, no agreste pernambucano, ao lado da cidade de Toritama; o presidente caminhou até um grupo de crianças e agachou-se em frente a elas. Um fotógrafo captou a cena, e a foto foi publicada nos jornais. Ao vê-la, decidi visitar as crianças e, com base no que observei, escrevi uma carta ao presidente, sob o título “Estas crianças têm nome – como dar-lhes um futuro?”. 

Descrevi a realidade de onde elas viviam, especialmente a escola onde estudavam, reconheci que o presidente ainda não era o culpado daquele triste cenário de penúria educacional e pobreza social, mas que seria o responsável se, dez anos depois, o quadro se mantivesse; na carta, sugeri dez medidas para mudar aquela situação, seguindo as linhas do projeto que tentei executar ao longo de 2003, quando fui ministro da Educação.


Na semana passada, voltei ao local e vi a tragédia resultante de dez anos de abandono da educação e da falta de políticas públicas consistentes para a emancipação dos pobres.

A menina – na foto está bem em frente ao presidente – de nome Taciana, então com 6 anos, deixou a escola aos 14, engravidou aos 15 e aos 16 tem um filho de 1 ano e 2 meses chamado Angelo Miguel. O irmão dela, conhecido como Cambiteiro, estava no grupo, mas não quis aparecer na foto. Fora da escola antes dos 15 anos, tornou-se vigilante informal nas pobres ruas de Canaã, até ser assassinado.

O menino chamado Rubinho, então com 7 anos, para quem o presidente Lula parecia olhar, deixou a escola antes da quinta série e, aos 17, tem um filho de nome Natan Rafael. Seu irmão Diego, que não aparece na foto por ser então muito pequeno, hoje, com 15 anos, já esteve preso; na cadeia, foi jurado de morte pelos presos; esfaqueado, fugiu do hospital e desapareceu. Jailson, o que ri para o presidente, e Josivan, na ponta direita da foto, deixaram a escola antes de terminarem a quarta série. Jaques, então com 9 anos, deixou a escola com 13; o menino conhecido como Nego, então com 8 anos, não estudou e tem hoje dois filhos.

Nesses dez anos, a vida daquelas crianças tornou-se uma monótona repetição de fatos e fracassos: todas deixaram a escola antes de concluírem o ensino fundamental, fazem parte do exército de analfabetos funcionais que ocupa o país; todas foram trabalhar ao redor dos 15 anos, em trabalhos informais sem qualificação; tiveram filhos ainda na adolescência; nenhuma teve o futuro a que tinha direito ao nascer.

Lula exigiu que todos os pobres ficassem do outro lado da cerca, quando visitou a comunidade de Canaã para uma sessão de fotos
Toritama é um Mediterrâneo onde aquelas crianças naufragaram na viagem para o futuro, diante dos olhos do presidente Lula e de todos nós.


Lula é hoje o ex-presidente mais rico da história do país, apesar de sua origem humilde. Somente das empresas que desviaram dinheiro da Petrobras, Lula movimentou quase R$ 52 milhões de reais, desde que deixou a presidência, conforme apurou a Polícia Federal. 

Relato do senador Cristovam Buarque


Fonte: Síntese News