LULA AFUNDA JUNTO COM O PT. MILITANTES DECEPCIONADOS COM A DECADÊNCIA DO LÍDER
O ex-presidente Lula já não é mais o mesmo. Foi o que se constatou durante o
lançamento do 6º Congresso do PT esta semana. O petista, que queria lançar sua
candidatura no último dia 20, teve suas pretensões rechaçadas pela maioria dos
membros do partido, que recomendaram "prudência".
A pressa de Lula em lançar sua candidatura não tem nenhuma relação com a disputa
presidencial, mas sim criar uma narrativa de que ele é perseguido pela Justiça
brasileira. Lula e alguns setores do PT acreditam que o lançamento prematuro do
nome do petista possa causar embaraços ou inibir a justiça de condená-lo em algumas
das cinco ações penais em que figura como réu. No caso de condenação, o mais
provável, o petista e seu partido alegariam que uma eventual sentença teria como
objetivo único tirá-lo da disputa eleitoral.
Lula não está preocupado com o PT, mas sim em salvar a própria pele. O petista,
contrariando as bases do partido, estimulou que a bancada petista apoiasse a candidatura de Rodrigo Maia para a Presidência da Câmara. Maia tinha se
comprometido com o PT de levar adiante o projeto de abuso de autoridade que tem
como objetivo inibir que juízes e procuradores investiguem políticos e outros
criminosos de toda sorte.
O PT, que já não tem mais uma boa reputação perante o eleitorado, começa a perder o
apreço de seus próprios militantes. Os propósitos de Lula não têm nada a ver com os
objetivos de alguns petistas de tentar recuperar a imagem do partido. Todos também
sabem que a altíssima taxa de rejeição ao nome de Lula por parte do eleitorado é algo
que inviabiliza sua candidatura. Em consultas encomendadas pelo partido, Lula não
consegue romper a barreira dos 22% de intenções de votos em nenhum cenário,
mesmo sendo um dos candidatos com maior visibilidade em todo o país e antes
mesmo da definição de outros nomes.
Pressionado, o presidente nacional do PT, Rui Falcão se viu forçado a admitir que o
lançamento de uma pré-candidatura de Lula à Presidência da República dependerá da
construção de um programa de governo, algo que nem Lula nem o PT possuem.
"No PT, se vive uma ilusão de que o Lula é a salvação do partido e ninguém considera
o "imponderável", diz um dirigente do partido.
Durante o último congresso, Lula falou em tentar se reaproximar dos movimentos
sociais, dos sindicatos e da juventude, mas não explicou como conseguirá sensibilizar
os setores que apoiavam o partido que foram os mais traídos durante os governos
petistas. Os militantes sabem que não adianta ter uma boa interlocução com os líderes
dos movimentos sociais em nível nacional ou regional. Seria preciso reconquistar os
corações e mentes dos integrantes destes movimentos, e não seus líderes.
O senador Lindbergh Farias estava presente no Congresso e deu um jeito de deixar o
local onde Lula falava para denunciar o racha no partido. O senador gravou um vídeo
que publicou em seu perfio no Facebook, denunciando o racha na legenda. Outros
interlocutores confirmam que a maioria dos presentes saiu decepcionada com Lula,
que não conseguiu apresentar nenhum argumento razoável, capaz de mobilizar a
militância.
Fragilizado nas últimas eleições municipais, quando perdeu mais de 80% do poder de
influência, o partido deve sofrer ainda novos reveses nos próximos meses. Dezenas de
parlamentares sinalizam que pretendem deixar a legenda. Antes ou após a prisão de
Lula.
fonte: Imprensa Viva