terça-feira, 19 de junho de 2018

Ciro diz que R$ 51 milhões achados no apartamento de Geddel foram roubados durante os governos Lula e Dilma


De olho nos votos do PT e em uma possível aliança com o partido nas eleições de outubro, o pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes abandou definitivamente a postura anti-PT que vinha adotando durante o auge da Operação Lava Jato. O agora aliado de Lula abandou as cíticas ao presidiário e agora até torce, pelo menos da boca para fora, que o petista seja solto 'o mais breve possível'.

Ao comentar um dos depoimentos do ex-ministro Antonio Palocci (PT) ao juiz Sérgio Moro, Ciro chegou a afirmar que o relato do petista jogou por terra a "narrativa" do ex-presidente Lula sobre sua suposta inocência.

Na ocasião, Palocci mencionou em depoimento ao juiz Sergio Moro presentes da Odebrecht a Lula, entre eles o sítio de Atibaia, além de R$ 300 milhões da empreiteira para o partido. Palocci foi ouvido como réu em um processo criminal da Operação Lava Jato,

"A relação de Palocci com Lula derruba a narrativa de inimigo externo ao PT promovendo via judicial uma injustiça contra o ex-presidente da República", disse Ciro Gomes, ex-ministro de Lula, durante evento sindical em Belo Horizonte, em setembro do ano passado.

"Na medida em que o braço direito do Lula, como eu sei que o Palocci era, faz isso [a acusação] que fez, fica muito difícil sustentar essa narrativa. Pelo menos, [fica difícil] atribuir isso a um inimigo", alfinetou Ciro, rechaçando ainda os argumentos lançados por Lula para desqualificar as acusações de Palocci. "A tentativa de dizer que Palocci estaria mentindo para ter o benefício da delação premiada é chocante", declarou Ciro na ocasião.

Ciro também defendeu que Lula "tem responsabilidade política muito grande". "Foi quem nomeou Palocci toda a vida, para todos os cargos que ocupou", lembrou.

Ciro comentou ainda sobre os R$ 51 milhões em dinheiro encontrados em um apartamento em Salvador que teriam sido escondidos pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). "Essa montanha de dinheiro no apartamento de Geddel Vieira Lima, esse dinheiro foi roubado durante o governo Lula e Dilma", afirmou.

Ciro Gomes comandou o ministério da Integração Nacional, entre 2003 e 2006, e comandava a Secretaria Nacional dos Portos. Geddel Vieira Luma foi seu sucessor na pasta, entre 2007 e 2010. No governo Dilma, Geddel foi nomeado vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2014. O baiano permaneceu no governo Temer durante apenas sete meses, quando ocupou a o caro de Ministro-chefe da Secretaria de Governo, entre maio e novembro de 2016.