Pessoas ligadas ao ex-presidente defendem que ele deve se lançar o quanto antes como
candidato à Presidência da República. O argumento principal seria o de criar
embaraços ao juiz Sérgio Moro, no caso do magistrado optar por uma condenação do
petista. Mas as coisas não são tão simples assim e Lula sabe disso.
O petista tem enfrentado uma série de dificuldades em contornar alguns obstáculos
existentes no momento. Se por um lado, o PT já não possui mais palanque em
praticamente nenhuma capital do país, após a derrota do partido nas últimas eleições,
há ainda o receio do ex-presidente Lula de enfrentar as multidões.
Lula está com medo de participar de atos públicos e tem se cercado de mais cuidados e
adotado cada vez mais de medidas de segurança para evitar que manifestantes
contrários ao PT cheguem perto dele. Há outro problema que o ex-presidente e a
cúpula do partido estão tentando contornar sem sucesso: atrair os partidos de esquerda para a empreitada da candidatura de Lula. Até o momento, nenhum partido
fechou com o PT.
Sem palanques nas capitais, sem apoio dos partidos de esquerda e com medo do
povo, Lula dificilmente colocará sua campanha na rua. Se em São Paulo, com MTST,
CUT e a militância petista, Lula não consegue atrair um grande público, no resto do
Brasil, a chance de fracassar em comícios é muito grande Não dá para levar a
militância a todos lugares, admite Lula. Se for para se lançar candidato, o fará apenas
para tentar constranger o juiz Sérgio Moro e acusá-lo de perseguição política.
O problema é que nos próximos dias, Lula e Dilma devem se tornar alvos de novos
inquéritos na Lava Jato. Desta vez, as complicações são decorrentes da mega delação
da Odebrecht. Os nomes dos dois petistas constam da lista do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. Lula e o PT aguardam o tamanho do estrago que vem pela
frente. Os partidos de esquerda e eventuais aliados também.
fonte: Imprensa viva